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Surpresa geral. Retaliação comercial da China muito aquém dos 200 mil milhões dos EUA

Os EUA anunciaram ontem a imposição de tarifas adicionais de 10% sobre os bens chineses que entrem no país, no equivalente a 200 mil milhões de dólares. A China, ao contrário do que ameaçou, não respondeu na mesma medida. Poderia ser chamado de o dia em que Pequim se cansou do "olho por olho, dente por dente".

Reuters
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 18 de Setembro de 2018 às 22:00

O presidente norte-americano anunciou ontem a imposição de tarifas adicionais de 10% sobre a importação de bens chineses, agora sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares.

 

O anúncio de uma nova ronda de tarifas aduaneiras às importações chinesas já era esperado e Pequim já tinha dito que iria retaliar na mesma proporção. O que levou Donald Trump a brandir nova ameaça: "se a China avançar com medidas de retaliação contra os agricultores ou indústrias dos Estados Unidos, implementaremos de imediato a fase três: tarifas sobre 267 mil milhões de dólares de importações adicionais".

 

Para hoje esperava-se então a resposta de Pequim. E ela já chegou, mas surpreendeu. Pela primeira vez os chineses não retaliaram na mesma medida e dizem que vão impor tarifas adicionais sobre o equivalente a 60 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos.

 
Os produtos em causa vão desde o trigo aos têxteis e as tarifas sobre os mesmos variam entre 5% e 10%.

Esta reacção fez toda a diferença nos mercados bolsistas que ainda estavam abertos, como Wall Street. "O mercado está a olhar para esta situação como uma espécie de desagravamento das tensões", comentou à Bloomberg um estratega do Wells Fargo Asset Management, Brian Jacobsen.

 

"As tarifas de 10% são inferiores aos 25% com que inicialmente os EUA ameaçaram a China. E agora a China retaliou com tarifas sobre o equivalente a 60 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos, quando os EUA impuseram tarifas sobre bens chineses equivalentes a 200 mil milhões de dólares. Isto poderá ser o início de uma diminuição gradual das tensões comerciais", acrescentou.


As novas tarifas de 10%, que começarão a ser cobradas a partir de 24 de Setembro, ficaram abaixo dos 25% inicialmente antecipados pelo governo dos EUA - mas só até ao final do ano, de modo a dar tempo às empresas norte-americanas para ajustarem as suas cadeias de abastecimento junto de outros países, sublinhou ontem à noite à Reuters um responsável da Administração Trump.

 

Recorde-se que Washington exige que Pequim reduza o excedente comercial de 375.000 milhões de dólares com os Estados Unidos, ponha fim às políticas orientadas para adquirir direitos de propriedade intelectual e tecnologia norte-americana, e reverta o que os EUA consideram ser subsídios à indústria chinesa de alta tecnologia.

 

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