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Cameron decidido a ouvir novamente o Parlamento britânico sobre intervenção na Síria

Governo inglês divulga estar na posse de novas provas que confirmam a utilização de gás sarin nos arredores de Damasco. Síria assume protagonismo no encontro do G20.

05 de Setembro de 2013 às 21:33
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À margem da reunião do G20, em São Petersburgo, David Cameron, primeiro-ministro inglês, em entrevista ao editor de política da “BBC”, assumiu que pretende levar a votação, na Câmara dos Comuns, uma nova resolução relativa a uma intervenção militar na Síria. “Assumo total responsabilidade pessoal pela decisão de ouvir novamente o Parlamento, pela decisão de adoptar uma forte posição de princípio face ao gaseamento de crianças na Síria, e assumo a responsabilidade de conquistar o maior número de apoiantes que consiga”, declarou.

 

Relativamente à votação da semana passada, que “chumbou” a resolução apresentada pelo Governo, em que era defendida uma acção militar contra o regime de Damasco, Cameron limitou-se a “lamentar” que se tenha optado por “seguir o caminho mais fácil em vez do caminho certo, mas mais difícil”.

 

David Cameron aproveitou para negar que o Reino Unido não tenha um papel a desempenhar, nas conversações sobre a situação síria, durante a cimeira dos 20 mais ricos. “O Reino Unido vai liderar a discussão sobre ajuda humanitária e estará na linha da frente ao apresentar planos para o processo de paz na Síria”, atirou enquanto, de alguma forma, reconhecia a reduzida margem de manobra para poder participar em qualquer tipo de operação militar em território sírio.

 

O eventual passo atrás de Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, também foi abordado pelo primeiro-ministro inglês. Cameron considera que “depois de traçar linhas vermelhas sobre a utilização de armas químicas, seria errado dar um passo atrás e não fazer nada”. “Porque isso iria passar a mensagem errada para Assad ou qualquer outro ditador”, preveniu.

 

 

O regresso de David Cameron a uma linha mais dura, sustentado nas referidas “novas evidências” que comprovam a utilização de armas químicas nos ataques, de dia 21 de Agosto, aos arredores de Damasco, surge poucas horas antes dos líderes dos 20 países mais ricos do mundo se reunirem para debater o problema sírio.

 

Obama tem como principal objectivo garantir o maior consenso possível. Pretende, acima de tudo, flexibilizar ao máximo a posição da Rússia e China, que entre os membros do G20 são os mais próximos aliados da Síria e, simultaneamente, detêm direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Um representante dos Estados Unidos na ONU, segundo o “Guardian”, considera que a Rússia está a fazer das Nações Unidas “reféns” da contínua rejeição das evidências já apresentadas.

 

Para já, as Nações Unidas conduzem uma investigação independente cujos resultados deverão ser conhecidos nos próximos dias. Vladimir Putin, Presidente da Rússia, já chegou a admitir mudar de posição, caso surjam provas inequívocas da responsabilidade do regime de Assad nos bombardeamentos que vitimaram mais de 1400 civis.

 

Em paralelo à participação dos Estados Unidos na cimeira do G20, a administração americana continua a enveredar esforços na recolha do maior número de votos possíveis no Congresso para a votação da resolução que pretende determinar uma intervenção militar contra Assad.

 

 

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