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Banco Mundial revê crescimento mundial para 2016 em baixa

Os mercados emergentes não contribuirão para melhor significativamente a evolução da economia mundial. O Banco Mundial acredita que esta crescerá 2,9% em 2016, empurrada pelas economias desenvolvidas.

Reuters
07 de Janeiro de 2016 às 01:17
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É logo no início do relatório que o Banco Mundial mostra a preocupação com as economias emergentes. Estas tinham sido o motor do crescimento mundial nos anos 2000, em especial depois da crise financeira de 2007-08, mas as taxas de crescimento em várias economias emergentes estão em queda desde 2010.

"A economia mundial terá de adaptar-se a um novo período de crescimento mais modesto nos maiores mercados emergentes, devido aos baixos preços das matérias-primas e aos menos fluxos de capital e comércio". É esta a mensagem do Banco Mundia nas Projecções Económicas Globais, divulgadas esta quarta-feira, 6 de Janeiro

O pessimismo do Banco Mundial é expresso nas suas projecções que apontam agora para um crescimento global de 2,9% em 2016, menos 0,4 pontos que as projecções de Junho. Também para 2015, estima que a economia tenha crescido 2,4%, menos 0,4 pontos que as anteriores projecções. Estas revisões em baixa acabam por ser extensíveis a 2017, ano em que o crescimento global poderá apontar para os 3,1% menos 0,1 pontos que na projecção anterior.

São as economias desenvolvidas que sustentam, afinal, o crescimento global. Os Estados Unidos, que terão crescido, segundo o Banco Mundial, 1,6% em 2015, poderão registar uma subida de 2,1% este ano. A Zona Euro responderá por um crescimento de 2,7% em 2016 e de 2,5% em 2015.

O crescimento económico foi assim menos do que o esperado em 2015, o que o Banco Mundial justifica pelos preços das matérias-primas, mas também pelos fluxos de capitais e de comércio, bem como a volatilidade financeira. O crescimento mais firme, acrescenta, dependente de um continuado crescimento nos países de maiores rendimentos, da estabilização dos preços das matérias-primas e da mudança na China para uma economia de maior consumo e baseada em serviços. Para a China, o Banco Mundial projecta um crescimento de 6,7% em 2016, abaixo dos 6,9% que terá crescido em 2015. Ambos os valores são menores do que as projecções de Junho. 

Assim, os países em desenvolvimento deverão registar uma subida de 4,8% em 2016, menos do que antecipado anteriormente, mas acima dos 4,3% do ano que agora terminou. Mas a preocupação do Banco Mundial vem mais uma vez do impacto que estas economias podem sofrer com os riscos associados aos emergentes, colocando em risco os avanços que se fizeram a nível mundial para tirar pessoas do nível de pobreza. "Mais de 40% dos pobres a nível mundial vivem nos países em desenvolvimento, onde o crescimento abrandou em 2015", diz o Banco Mundial, que argumenta a necessidade destes países de construírem resistências ao ambiente económico mundial mais fraco, avançando com reforças governamentais e na competitividade empresarial. 

A China terá um abrandamento da sua economia, enquanto a Rússia e o Brasil estarão em 2016 em recessão. O Brasil terá mesmo registado em 2015 uma diminuição da produção de riqueza em 3,7%. O Banco Mundial não é tão pessimista para 2016 como alguns economistas brasileiras, esperando uma recessão este ano de 2,5%. No entanto, no Brasil já se antecipa uma queda de 3%, o que daria, no conjunto dos dois anos, a maior recessão desde que os dados do instituto nacional de pesquisa económica IPEA são produzidos, que recuam a 1901.

O Banco Mundial acredita que a economia brasileira vai voltar ao crescimento em 2017. Nas suas projecções, o Banco Mundial diz mesmo que a estabilização económica na América Latina - depois de uma queda em 0,9% em 2015 - será consequência do que se passa no Brasil e Venezuela, países produtores de petróleo, afectados pelos preços desta matéria-prima.

Na Rússia, a queda prevista é de 0,7% para 2016, o que se seguirá à contracção de 3,8% em 2015.


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