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Brasil regista a maior taxa de inflação desde 2002

Há 13 anos que este indicador não estava tão alto, sobretudo devido à subida dos custos com habitação. O comportamento dos preços poderá ser mais um factor a contribuir para degradar a confiança na economia brasileira.

Reuters
08 de Janeiro de 2016 às 18:40
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A taxa de inflação no Brasil chegou aos 10,67% em 2015, a mais elevada desde 2002, revelou esta sexta-feira, 8 de Janeiro, o Instituto Brasileiro da Geografia e Estatística (IBGE). Nesse ano, tinha sido de 12,53%.

Medida através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a taxa fixou-se 6,14 pontos percentuais acima do tecto definido pelo Banco Central brasileiro para este indicador.

Em 2014, a inflação tinha ficado nos 6,41%, ainda assim, a mais alta desde 2011.

"Em 2015, o consumidor passou a pagar mais caro por todos os grupos de produtos e serviços que compõem o custo de vida, especialmente pelas despesas relativas à habitação, que subiram 18,31%. Em relação ao ano anterior, apenas nos artigos de residência (5,36%) a variação foi menos intensa" detalha o IBGE, em comunicado.


Abalado por uma das piores crises económicas e políticas do século, os dados divulgados esta sexta-feira "vêm acrescentar a preocupação de que o boom económico no Brasil há cinco anos representou mais um momento fugaz de sucesso numa história turbulenta, do que o início de uma nova era de prosperidade e influência global do maior país da América Latina", analisa o Financial Times, que enfatiza os "estragos" provocados pelo escândalo de corrupção na Petrobras e a periclitante situação da presidente Dilma Rousseff.

"Confrontado com uma acentuada deterioração das suas trocas comerciais e com um excesso de dívida pública e privada, a verdade incómoda é que há relativamente pouco que o Brasil possa fazer para reforçar a procura", analisa Neil Shearing, economista da Capital Economics. "Nesta fase, a opção menos dolorosa é provavelmente tentar recuperar alguma da confiança dos investidores, que se perdeu perante o caos do ano passado".

Em Setembro, a Standard & Poors baixou o rating do Brasil para ‘lixo’, opção seguida pela Fitch em Dezembro.

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