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Macron insta Xi a usar influência para ajudar a pôr termo à guerra na Ucrânia
Presidente francês afirmou que espera poder contar com a ajuda do homólogo chinês na busca pelo fim do conflito, num encontro em que Xi Jinping apontou que a China e França têm a "responsabilidade" de superar as suas diferenças para salvaguardar a paz mundial.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, instou o homólogo chinês, Xi Jinping, a usar a sua influência para restaurar a paz na Ucrânia, num encontro, em Pequim, por ocasião da sua visita oficial à China.
"Sei que posso contar consigo para trazer a Rússia de volta à razão e todos à mesa de negociações. Precisamos de encontrar uma paz duradoura [para a Ucrânia], afirmou o chefe de Estado francês, que realiza a sua primeira deslocação oficial à China desde 2019.
Pequim tem procurado reunir apoio internacional para um roteiro para a paz na Ucrânia na sequência da invasão russa no ano passado. Os Estados Unidos e os seus aliados têm descartado qualquer proposta de cessar-fogo que permita à Rússia conquistas territoriais, mas alguns países como a França saudaram o esforço da China em encontrar uma solução diplomática para o conflito.
Embora Macron não espera que Pequim abandone a sua parceria com Moscovo vê espaço para potenciais movimentações importantes por parte da China, analisou um representante oficial francês, citado pela agência Reuters que dá conta de que é também de esperar que Macron tenha advertido Xi contra o fornecimento de armas à Rússia.
Já o Presidente chinês, Xi Jinping, centrou-se mais nas relações bilaterais na parte do encontro aberta à comunicação social, defendendo que a China e a França, como duas potências à escala global, têm "a capacidade e a responsabilidade" de superar as diferenças e salvaguardar a paz mundial, de acordo com o jornal South China Morning Post.
Xi afirmou que os dois países devem "aderir à direção geral de que a ampla parceria estratégica China-França é estável, recíproca, pioneira e progressiva, para praticar o verdadeiro multilateralismo e manter a paz mundial, estabilidade e prosperidade". E, neste âmbito, destacou não só o rápido crescimento do comércio bilateral ao longo dos últimos anos, como também a cooperação em domínios como o aeroespacial, a agricultura, alterações climáticas ou biodiversidade.
Áreas de cooperação em que Emmanuel Macron afirmou esperar que Paris e Pequim continuem a trabalhar.
Macron é o primeiro líder de uma potência ocidental a ser recebido na China após o início do terceiro mandato de Xi Jinping como Presidente, o que foi, de resto, assinalado pelo recém-empossado primeiro-ministro chinês, Li Qiang. "Isto demonstra a importância das relações China-França", enalteceu num encontro que antecedeu o de Xi.