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"Conversa longa e significativa". Xi Jinping e Zelensky falam pela primeira vez desde início da guerra

O presidente chinês e o homólogo ucraniano falaram ao telefone pela primeira vez desde a invasão russa da Ucrânia, esta quarta-feira. Pequim vai enviar um representante à Ucrânia.

Cláudia Arsénio 26 de Abril de 2023 às 14:29
A conversa diplomática começou por ser avançada pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua, depois foi confirmada por Volodymyr Zelensky na sua conta no Twitter.

Na rede social, o presidente ucraniano disse ter mantido esta quarta-feira uma "conversa longa e significativa" com Xi Jinping, a primeira desde o início da invasão russa. "Creio que esta chamada, bem como a nomeação do embaixador da Ucrânia na China, vão dar um forte impulso ao desenvolvimento das nossas relações bilaterais", escreveu Zelensky.

Depois do tweet do presidente ucraniano, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, deu mais detalhes sobre a chamada entre os dois líderes. "Relativamente à crise na Ucrânia, a China está sempre do lado da paz. A sua principal posição é a de facilitar as conversações para a paz", escreveu também no Twitter.

"A China não criou a crise na Ucrânia, nem faz parte dessa crise. Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e um país importante e responsável, a China não ficaria de braços cruzados, nem juntaria achas à fogueira, e muito menos iria explorar a situação para proveito próprio", acrescentou a porta-voz. 

Hua Chunying confirmou ainda que a China vai enviar um representante a Kiev. "A China vai enviar o representante especial do governo para os assuntos euro-asiáticos à Ucrânia e a outros países, para manter uma comunicação aprofundada com todas as partes sobre a resolução política da crise na Ucrânia", anunciou.

"A China é coerente e clara na disponibilidade para desenvolver relações bilaterais com a Ucrânia. Ambas as partes devem levar por diante a tradição de respeito mútuo e sinceridade e fazer avançar a parceria estratégica China-Ucrânia", concluiu a porta-voz chinesa.

Rússia reage com ceticismo

Moscovo já assinalou a "disposição" de Pequim para dar início a um processo de negociação, mas mostrou-se cético sobre a vontade de Kiev num caminho para a paz. 

"Anotamos a disposição da China para iniciar um processo de negociação. No entanto, acreditamos que o problema não é ausência de bons planos. Até agora, o regime de Kiev tem rejeitado quaisquer iniciativas sensatas para uma resolução política e diplomática da crise ucraniana e tem condicionado eventuais negociações com ultimatos e exigências obviamente irrealistas", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em declarações aos jornalistas.

"Assim, é improvável que os fantoches controlados por Washington apreciem qualquer pedido de paz", criticou Maria Zakharova.

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