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Trump e Xi Jinping: os temas em cima da mesa do encontro entre os grandes líderes

O presidente da China chega esta quinta-feira à Florida, para o primeiro encontro com o homólogo americano. A Coreia do Norte, o Mar do Sul da China e as relações comerciais estão entre os temas mais sensíveis nas relações entre as duas grandes potências.

Reuters
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A melhor expectativa dos altos quadros da administração dos dois países é que o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, que arranca esta quinta-feira à tarde, na Florida, não fuja ao guião diplomático e possa abrir a porta a futuras negociações. Mas a antecipação da primeira cimeira de dois dias entre o multimilionário americano e o líder do partido comunista chinês, na residência de férias do presidente dos Estados Unidos, está a gerar nervosismo.

"A forma de lidar com Trump é um teste à qualidade de estadista", refere Shi Yinhong, professor de relações internacionais na Universidade de Resmin, em Pequim. "É muito importante que corra bem", acrescenta, em declarações ao New York Times.

O programa nuclear da Coreia do Norte, o estatuto de Taiwan, as relações comerciais e as tensões do Mar da China estão entre os temas sensíveis nas relações entre as duas grandes potências, de acordo com a análise feita pelo Financial Times a partir dos episódios mais tensos dos últimos meses.

Foi ao jornal inglês que o presidente dos Estados Unidos afirmou na semana passada que "não ficaria surpreendido se fizéssemos algo impressionante" – 'dramatic' foi o termo que utilizou – "e positivo para os dois países".

Pode não ajudar o facto de esta semana, a dias do encontro, a Coreia do Norte ter lançado um novo míssil que voou 60 quilómetros para Leste, dois meses depois de o ter feito em direcção ao mar do Japão, numa altura em que o primeiro-ministro japonês visitava os Estados Unidos. "Se a China não resolver a questão da Coreia do Norte fazemo-lo nós", reagiu o presidente norte-americano.


Histórico foi também o telefonema do presidente norte-americano ao presidente de Taiwan, em Dezembro, na sequência do qual Trump sugeriu que os Estados Unidos pudessem não apoiar a política chinesa que considera Taiwan parte do seu território. O presidente dos Estados Unidos acabou por recuar, reconhecendo publicamente a política de "uma só China", naquela que foi interpretada como a primeira derrota diplomática de Trump perante Xi Jinping.

Donald Trump passou a campanha eleitoral a defender medidas proteccionistas contra as importações chinesas. "O que é que a China fez pela América? O dinheiro e os empregos que nos roubou? É o maior ladrão na história dos Estados Unidos". Mas não concretizou as ameaças. De acordo com o Financial Times, o presidente dos Estados Unidos poderá ter-se deixado convencer a evitar uma guerra comercial no início do seu mandato. "Se Trump afundar o comércio entre a China e os Estados Unidos, uma série de indústrias americanas serão prejudicadas", reagia em Novembro o The Global Times, jornal controlado pelo partido comunista chinês, ameaçando boicotar produtos americanos.

O Mar do Sul da China foi outro dos pontos de tensão entre as duas potências no arranque da presidência de Trump. Em Janeiro, depois de o secretário de Estado norte-americano Rex Tillerson ter ameaçado bloquear o acesso da China às ilhas artificiais que estão a ser construídas nessa região, os meios de comunicação social chineses afirmaram que os Estados Unidos se arriscavam a comprar uma guerra em "grande escala". Depois de ter antecipado um "encontro difícil" com o presidente chinês, Trump afimou ao Financial Times que tem "grande respeito" pelo seu homólogo e pelo país.

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