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Activistas lançam campanha nos EUA para declarar Presidente 'persona non grata'
Um grupo de activistas lançou na quarta-feira, em Los Angeles, uma campanha nacional para que os autarcas das cidades mais importantes dos Estados Unidos declarem o Presidente Donald Trump 'persona non grata'.
"Estamos a pedir ao presidente da câmara [Eric] Garcetti que se una a nós e rejeite de forma simbólica as políticas de Trump, e assim crie uma resistência visível", disse o director da campanha, Joseph Keating.
Um grupo de residentes de Los Angeles (costa oeste) reuniu-se na quarta-feira junto à câmara municipal da cidade, onde entregou uma carta ao autarca e vereadores, pedindo-lhes que adiram à iniciativa.
Com a classificação 'persona non grata', os activistas pretendem expressar que as políticas de Trump não são bem-vindas, nem a forma como está a tratar os temas da imigração, ambiente, ligações à Rússia e cortes no orçamento de áreas vitais.
"Escolhemos Los Angeles porque queremos que esta cidade seja líder nesta estratégia que nasce dos eleitores", explicou Keating.
Os autarcas de Seattle (Washington) e Portland (Oregon) receberam uma cópia da mesma carta, e outras estão a ser preparadas para Nova Iorque, Boston (Massachusetts) e algumas cidades da Florida.
A proposta chega quando a popularidade do Presidente continua em queda, indicam as últimas sondagens.
De acordo com uma sondagem divulgada na terça-feira, a popularidade do republicano está abaixo do pior momento do antecessor, o democrata Barack Obama, com 35% de aceitação popular.
A sondagem, realizada pela Universidade de Quinnipiac, acrescenta que 57% dos norte-americanos critica a gestão do Presidente.
"Trump é um mentiroso e não vamos deixar que nos continue a intimidar e ofender todos os dias", afirmou Keating.
Esta não é a primeira vez que Trump é considerado 'persona non grata'.
A 11 de março de 2011, a Cidade do Panamá declarou o magnata do imobiliário 'persona non grata', na sequência de uma entrevista durante a qual Trump afirmou que os Estados Unidos foram "estúpidos" ao oferecer o Canal do Panamá a troco de nada.
Também a 31 de Agosto de 2016, a Assembleia Legislativa do Distrito Federal do México declarou Trump 'persona non grata', apesar de a decisão não ter tramitado, pela ofensa aos mexicanos e a posição sobre a ampliação do muro fronteiriço.