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Steve Bannon demitido da Casa Branca

"A presidência de Trump por que lutámos e que ganhámos acabou," afirmou o estratega de Trump, que prometeu lutar "de fora" para implementar a agenda do presidente.

Reuters
18 de Agosto de 2017 às 18:06
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O estratega de Donald Trump, Steve Bannon, foi demitido esta sexta-feira, 18 de Agosto, ao fim de sete meses no cargo e depois de cerca de um ano de ligação à campanha republicana. 

"O chefe de gabinete da Casa Branca John Kelly e Steve Bannon concordaram hoje mutuamente que este seria o último dia de Steve," afirmou a porta-voz da administração Trump, Sarah Sanders, num comunicado citado pela Reuters. "Estamos agradecidos pelo seu serviço e desejamos-lhe o melhor."

Segundo a cadeia de televisão CNN, foi proposto a Bannon que saísse pelo seu próprio pé, mas a sua resistência levou a que fosse demitido, uma solução que estava a ser preparada há duas semanas. 

O Washington Post, citando duas fontes próximas, refere que a decisão foi do presidente, depois de uma semana marcada por polémica envolvendo tensões raciais depois dos confrontos de Charlottesville.

Esta semana Donald Trump não tinha fechado a porta à possibilidade de o responsável - que terá estado por detrás de algumas das decisões mais polémicas, como o veto selectivo à entrada de imigrantes e refugiados no país - vir a deixar a administração.

"Bem, vamos ver," respondeu quando questionado pelos jornalistas sobre se ainda mantinha a confiança no estratega. "Gosto de Bannon, é meu amigo. (...) Gosto dele, é um bom homem, não é um racista, posso dizê-lo," acrescentou, numa conferência de imprensa na Trump Tower sobre a violência em Charlottesville envolvendo grupos de supremacistas brancos. 

A CNN, que cita duas fontes da Casa Branca, refere que Trump terá ficado furioso com uma entrevista de Bannon à American Prospect, na qual contradizia a posição do presidente em relação à Coreia do Norte.

Nessas declarações – que fez ao jornalista mas, alegadamente, não sabia que seriam publicadas -, Bannon disse que as mostras de força de Pyongyang são apenas uma manobra de "diversão". Além disso, negou a hipótese de a crescente tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte vir a resultar numa solução militar, contrariando assim as ameaças feitas por Donald Trump de responder com "fogo e fúria nunca vistos" a um eventual ataque norte-coreano.

A exoneração veio a acontecer no final de uma semana marcada por fortes críticas a Donald Trump pela forma como hesitou em condenar a marcha de supremacistas brancos, neo-nazis e membros do Ku Klux Klan em Charlottesville, envolvida em confrontos com contra-manifestantes que causaram um morto e mais de três dezenas de feridos. 

Steve Bannon, antigo editor do Breitbart, um site noticioso conotado com a direita nacionalista, estava na equipa do presidente há sete meses, desde a sua tomada de posse, tendo integrado a sua campanha numa fase já tardia, durante o ano passado. Vai agora regressar ao Breitbart News como presidente executivo.

Lá, promete defender "de fora" a agenda de Donald Trump, segundo declarações citadas pelo The New York Times. "Iremos para a guerra com quem se puser à nossa frente," garante. 

"A presidência de Trump por que lutámos e que ganhámos acabou. (...) Ainda temos um grande movimento, e faremos algo com esta presidência de Trump. Mas essa presidência acabou. Será outra coisa. E haverá todo o género de lutas e haverá dias bons e dias maus, mas essa presidência acabou," afirmou Bannon ao Weekly Standard.

É mais uma baixa na equipa de Trump, que desde Janeiro já afastou o chefe de gabinete, Reince Priebus - em rota de colisão com o então director de comunicação, Anthony Scaramucci, também demitido entretanto.

Steve Bannon já tinha sido afastado do Conselho de Segurança Nacional em Abril, depois de em Fevereiro também Michael Flynn - igualmente conselheiro de segurança - ter saído devido aos seus contactos não declarados com responsáveis russos.

Em meados de Julho saiu Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, que discordou da contratação de Scaramucci.

Por causa das investigações a Hillary, também o director do FBI, James Comey, foi removido em Maio do cargo, tendo sido mais tarde sugerido que Trump lhe teria pedido que fosse brando na investigação sobre as relações de Michael Flynn com a Rússia.

(notícia actualizada com mais informação e título alterado às 01:32 de dia 19 de Agosto )
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