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Trump assina lei que aplica novas sanções à Rússia

O presidente norte-americano deu luz verde às medidas aprovadas pelo Congresso que agravam as sanções a Moscovo por alegada intervenção nas eleições presidenciais de 2016. Mas deixou reservas: a lei do Congresso tem algumas disposições "inconstitucionais".

Uma das cruzadas de Trump tem sido denunciar o que o Presidente dos EUA chama de 'manipulação cambial'. Usou o tema para atacar a China, acusando-a de manter o renmimbi artificialmente desvalorizado. E depois a Alemanha. Peter Navarro, o principal conselheiro de Trump para o comércio, veio afirmar que o país usa um euro 'amplamente subvalorizado' para ganhar vantagem comercial em relação aos Estados Unidos e a outros países da União Europeia. Os que consideram que a Alemanha é o país que mais beneficia com a moeda única não deixarão de concordar com Peter Navarro.
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O presidente norte-americano deu luz verde às medidas aprovadas pelo Congresso que agravam as sanções a Moscovo por alegada intervenção nas eleições presidenciais de 2016. A notícia já foi confirmada pela Casa Branca. Além da Rússia, as sanções incluem também o Irão e a Coreia do Norte.

Numa declaração posterior à assinatura, o presidente tece no entanto críticas à legislação que lhe chegou às mãos, que diz ter "falhas significativas" e conter disposições que não estão de acordo com o texto fundamental.

"Embora eu seja favorável a medidas duras para punir e travar comportamentos agressivos e destabilizadores do Irão, Coreia do Norte e Rússia, esta legislação tem falhas significativas. (...) Com a pressa de aprovar esta legislação, o Congresso incluiu várias disposições claramente inconstitucionais," lê-se no comunicado citado pela Reuters. 

Na semana passada, o Congresso dos EUA aprovou, com uma grande margem, a implementação de sanções à Rússia na sequência da alegada interferência de Moscovo nas presidenciais norte-americanas do ano passado, mas também devido à anexação da Crimeia e devido a outras violações das normas internacionais.

Um veto às sanções por parte do presidente Trump seria ineficaz, pois, de acordo com a Reuters, o apoio que a lei teve no Congresso tem capacidade para anular um veto presidencial. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas considerou entretanto que Trump foi "basicamente obrigado a assinar" a lei e que este diploma é uma forma "estranha" de incentivar a Rússia a cooperar com os EUA, refere a Reuters. 

Esta medida vai afectar várias indústrias russas e pode mesmo fustigar ainda mais a economia russa, que tem vindo já a sofrer o impacto das sanções aplicadas em 2014 devido à anexação da Crimeia, adianta a agência de informação.

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já reagiu, dizendo-se pronto a retaliar - se necessário - em relação às novas sanções se estas prejudicarem os interesses económicos do espaço europeu.

A assinatura desta lei por parte do presidente americano surge numa altura em que há alguns sinais distintos. Ontem, o secretário de Estado, Rex Tillerson, disse aos jornalistas que, nem ele nem Trump, acreditavam que novas sanções fossem "ajudar nos esforços" diplomáticos em relação à Rússia.


Além disso, no passado domingo, 30 de Junho, o presidente russo confirmou, com efeitos a 1 de Setembro, a expulsão do território de 755 diplomatas americanos, depois da aprovação de novas sanções a Moscovo por parte dos Estados Unidos.


Numa entrevista este domingo, 30 de Julho, ao canal de televisão Rossiya 1, Vladimir Putin considerou – citado pelo The New York Times – que esgotou a paciência com os Estados Unidos no que diz respeito à expectativa de melhores relações com o país.

Cerca de 24 horas depois da declarações de Putin, a embaixada norte-americana em Moscovo acusou as autoridades russas de impedirem o acesso de pessoal a um edifício alugado pela representação diplomática norte-americana no país, antecipando em várias horas o fim do prazo que tinha sido dado para a retirada de bens.


(Notícia actualizada às 16:57 com mais informação)

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