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Steven Mnuchin garante que EUA “não querem entrar em guerras comerciais”

Os comentários sobre o dólar levaram o mercado a especular se os EUA estariam a preparar-se para promover a queda da divisa para apoiar as exportações. Christine Lagarde pediu esclarecimentos e Mnuchin já garantiu que os EUA não querem “entrar em guerras comerciais” mas que querem defender os seus interesses.

Reuters
25 de Janeiro de 2018 às 12:03
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Steven Mnuchin, secretário norte-americano do Tesouro, garantiu hoje que os Estados Unidos não querem "entrar em guerras comerciais". Ainda assim, pretendem defender os seus interesses. Quanto às declarações sobre o dólar, Mnuchin diz que foi "bastante claro".

Ontem, Mnuchin disse, à chegada ao Fórum Económico Mundial, que se realiza em Davos (Suíça), que "um dólar mais fraco é bom para nós [EUA] uma vez que isso se correlaciona com comércio e oportunidades". Estes comentários levaram o mercado a especular se os Estados Unidos poderiam promover a desvalorização do dólar como forma de impulsionar as exportações das firmas norte-americanas.

Esta manhã, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, pediu que Steve Mnuchin explicasse os seus comentários. "Espero realmente que o secretário Mnuchin tenha a oportunidade para clarificar exactamente o que disse", afirmou Lagarde em entrevista à Bloomberg TV.

De uma forma indirecta, o secretário do Tesouro dos EUA acabou por fazê-lo já ao dizer, numa conferência de imprensa, em Davos, que: "pensava que o meu comentário sobre o dólar foi bastante claro". "Pensava que tinha sido equilibrado e consistente com o que disse anteriormente, que é, não estamos preocupados em relação à cotação do dólar no curto prazo", salientou, citado pela Reuters.

Steve Mnuchin disse também que "há vantagens e desvantagens" em relação ao comportamento do dólar no curto prazo. "Queremos um comércio livre, justo e recíproco. Por isso, acho que é bastante claro. Não queremos entrar em guerras comerciais. Por outo lado, estamos a procurar defender os interesses da América", acrescentou, citado pela agência de notícias.

Já ontem, e após os comentários feitos pelo secretário do Tesouro, Wilbur Ross, secretário do Comércio dos EUA, negou que Mnuchin estivesse a defender um dólar fraco. "A guerra comercial já existe há algum tempo, a diferença é que as tropas norte-americanas estão a chegar às muralhas", disse Ross à CNBC, citado pela Reuters. Wilbur Ross acrescentou esta manhã que "há pessoas que estão a usar algumas práticas predatórias contra nós e nós não estamos a hesitar", perante isso.

Os comentários destes elementos da administração Trump vieram provocar um aumento dos receios do mercado em relação às práticas proteccionistas dos EUA. É que já no início da semana Washington decidiu aplicar tarifas às importações de máquinas de lavar e de painéis solares. A China e a Coreia do Sul, produtoras destes bens, protestaram quase de imediato contra estas decisões. Não foram, contudo, dados esclarecimentos por parte destas duas economias sobre a possibilidade de responderem a esta decisão de Donald Trump.

A questão do proteccionismo económico não deverá ainda assim esmorecer rapidamente. Donald Trump deverá chegar hoje a Davos e vai discursar amanhã neste fórum. O presidente dos EUA deverá promover, no seu discurso, a sua agenda política, "América Primeiro".

Trump ainda não fez a sua estreia em Davos, mas os líderes dos dois motores económicos da Zona Euro já alinharam posições contra o proteccionismo. Angela Merkel, chanceler alemã, criticou em Davos o proteccionismo e disse que "fecharmo-nos e isolarmo-nos não conduzirá a um bom futuro. O proteccionismo não é a resposta". Emmanuel Macron, presidente da França, defendeu, em Davos, que o combate contra o proteccionismo requer a coordenação internacional.

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