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Centeno: Políticas do BCE têm de continuar a apoiar economia europeia

Poucos dias depois de ter tomado posse, Mario Centeno estreia-se em Davos como presidente do Eurogrupo e concedeu duas entrevistas. Em comum, a ideia de que a Zona Euro está num bom momento económico. Mas à CNBC esclareceu que a inversão das políticas monetárias do BCE tem de ser feita de uma forma sustentável.

Lusa
24 de Janeiro de 2018 às 13:14
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Na passada segunda-feira, Mário Centeno teve a primeira reunião enquanto presidente do Eurogrupo (grupo composto pelos ministros das Finanças da Zona Euro). E esta quarta-feira estreia-se no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça) neste cargo. Centeno concedeu já duas entrevistas a meios de comunicação que acompanham a área financeira. Nas duas salientou o bom momento económico da Zona Euro.

"A boa notícia é precisamente que a área do euro já não é um problema", referiu Centeno à CNBC, em Davos. "Temos 18 trimestres consecutivos de crescimento, mais sete milhões de empregos criados, a economia está forte e o ciclo político é também bastante forte", acrescentou.

À Bloomberg, o presidente do Eurogrupo defendeu que a situação económica "é boa e acredito que vai continuar assim". "Temos sido capazes de mostrar muita resiliência aos choques externos", disse ainda.

Contudo, Centeno sublinhou também que: "se olharmos para o ciclo (económico), para política (monetária) durante o ciclo, a Europa começou um pouco mais tarde do que outras economias nisto. Por isso, penso que estamos a olhar … para uma mudança dessa política de uma forma muito sustentável. Tem de ser sustentável e tem de continuar a apoiar a recuperação" económica.

O presidente do BCE dá amanhã uma conferência de imprensa após a conclusão do encontro dos governadores da autoridade monetária. A expectativa do mercado é que a taxa de juro se mantenha inalterada em zero. Ainda assim, os investidores deverão estar amanhã atentos à conferência de imprensa de Mario Draghi para perceber se o presidente do BCE vai tentar tranquilizar o mercado. Depois dos fortes ganhos do euro, é expectável que Draghi tente limitar a valorizações da divisa.

Não é esperado que Draghi faça nenhum anuncio sobre o programa de compra de activos em vigor. Mas cresce a convicção entre os investidores que em Junho o Banco Central Europeu vai revelar uma data definitiva para o fim deste programa. O programa de compra de activos do BCE vai durar, pelo menos, até Setembro deste ano. Por mês, a autoridade monetária pode comprar até 30 mil milhões de euros de obrigações.

Em entrevista à Bloomberg, Centeno abordou ainda outros temas. Em relação às eleições em Itália, agendadas para Março, o líder dos ministros das Finanças do euro referiu que "é natural haver eleições e esperamos uma reacção muito positiva em termos de perspectivas para o projecto europeu".

E depois de ontem os Estados Unidos terem anunciado a imposição de tarifas à importação de máquinas de lavar e painéis solares, Centeno disse que "estamos sempre preocupados com políticas proteccionistas, que não acredito que seja a forma de liderar as nossas economias. Temos de estar prontos e preparados para responder a isso como níveis elevados de competitividade".

"Não acho que uma guerra comercial seja lucrativa para ninguém, por isso, acho que precisamos de avançar com a nossa agenda de reformas e tornar a economia europeia forte. Temos um grande mercado único, é aliás o maior mercado único do mundo, e temos de torna-lo mais robusto. Acho que essa vai ser a resposta certa a este tipo de desafio", concluiu Mário Centeno em entrevista à Bloomberg.

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