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Itaú acredita que a Argentina vai recuperar estatuto de emergente

O banco brasileiro antecipa que a Argentina poderá recuperar em breve o estatuto de mercado emergente, sete anos depois de ter perdido esta designação na sequência da imposição de controlo de capitais no país.

49 Argentina
20 de Janeiro de 2016 às 16:11
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A Argentina poderá recuperar em breve o estatuto de mercado emergente. É esta a convicção de Ricardo Cavanagh, chefe de estratégia do banco brasileiro Itaú para o Cone Sul e região Andina da América do Sul, que antecipa a chegada de liquidez à Argentina se o país recuperar aquela designação.

 

Depois de há sete anos ter visto a sua classificação descer para a categoria de "mercado fronteira" – mais desenvolvido do que a categoria de país em desenvolvimento, mas demasiado pequeno para ser considerado um emergente – após ter implementado medidas de controlo de capitais, a Argentina poderá agora beneficiar com a chegada de investidores que não arriscam investir em mercados fronteira.

 

Desde 2009 que a economia argentina se tem debatido com dificuldades, sendo que apesar de ser ainda a segunda maior da América do Sul, representa somente um nono da economia brasileira.

 

No entender de Ricardo Cavanagh, a chegada ao poder de Mauricio Macri, um anti-peronista e convicto dos benefícios da economia de mercado, poderá contribuir para que a Argentina volte a ser considerada um país emergente.

 

Desde logo porque neste mês de Janeiro Macri já revogou uma das medidas de controlo de capital introduzida há sete anos – que exigia que 30% dos rendimentos fossem colocados durante um ano numa conta bancária sem benefício de qualquer taxa de juro – e que permanecia como um dos principais obstáculos à captação de investimento.

 

"Sem os controlos, as principais cotadas da Argentina têm liquidez suficiente para permitir ao país ser classificado como um mercado emergente", acrescenta o responsável do banco brasileiro citado pela Bloomberg. Cavanagh sustenta que juntamente à sua reclassificação, "o regresso do país aos mercados de capitais (…) vai permitir à Argentina receber um mais forte ciclo de investimentos".

 

O presidente Macri tem tentado inverter o percurso económico seguido por Buenos Aires nos últimos anos, ao longo dos quais as políticas de nacionalizações e de controlo cambial e de capitais desincentivaram o aparecimento de investimento, nomeadamente externo. 

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