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Governo da Colômbia e FARC põem fim a 52 anos de guerra

O entendimento terá de ser agora aprovado em referendo, chamando mais de 34 milhões de eleitores às urnas, possivelmente em Outubro. A guerra entre as entidades oficiais colombianas e os rebeldes deixou pelo menos 220 mil mortos

Negócios 25 de Agosto de 2016 às 00:56
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O Executivo da Colômbia e os rebeldes das auto-intituladas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) revelaram esta quarta-feira, 24 de Agosto, terem chegado a acordo para pôr fim ao conflito de guerrilha que durava há cinco décadas, selando assim um acordo de paz.

Ivan Marques (à esquerda na foto), representante das FARC e Humberto de la Calle (à direita na foto), representante do Governo de Bogotá, foram os rostos do acordo, como se pode ver na fotografia, onde também se vê Bruno Rodriguez (ao centro), ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, que ajudou a intermediar as conversações.


O Presidente da Colômbia, numa declaração ao país, ainda na noite de quarta-feira, saudou com "profunda emoção" e uma "grande alegria", o histórico acordo de paz alcançado entre o governo e as FARC, congratulando-se com o fim da "tragédia da guerra".

Já o chefe negociador das FARC nas negociações de paz afirmou que ganhou "a mais bela de todas as batalhas" com o histórico acordo de paz alcançado com o Governo.

Cerca de mil pessoas concentraram-se em Bogotá para celebrar o histórico acordo de paz. Mal apareceu num ecrã gigante, instalado no Parque dos Hippies, da capital colombiana, a imagem dos negociadores a rubricarem o acordo de paz, uma multidão gritou, com júbilo, "sim, podemos".


O acordo prevê desde logo a desmobilização das FARC, as condições em que se se amnistiarão os guerrilheiros sem delitos graves e a sua integração na vida política e social, mas só será efectivo depois de votado em referendo e assinado.


O Presidente colombiano Juan Manuel Santos deverá levar ao Parlamento os textos dos acordos, órgão a quem cabe convocar o referendo. Então, mais de 34 milhões de eleitores serão chamados às urnas – a 2 de Outubro -, devendo depois o processo de contagem de votos demorar seis semanas.

Numa declaração comum, lida por representantes de Cuba e da Noruega – os países que mediaram as conversações – os dois lados disseram ter alcançado um acordo para terminar o conflito e construir uma paz duradoura.


Segundo o jornal El Tiempo, Rodolfo Benítez, representante de Cuba apontou o desenvolvimento e o bem-estar das populações como objectivo da reconciliação nacional iniciada com o acordo.


Os contactos entre as partes decorreram ao longo dos últimos quatro anos em Cuba e desde 1983 que as duas partes tentavam um entendimento.


A guerra entre as entidades oficiais colombianas e os rebeldes deixou pelo menos 220 mil mortos e fez dezenas de milhares de desaparecidos e milhões de deslocados, de acordo com a Reuters.

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