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Presidente da Colômbia saúda acordo que marca fim da "tragédia da guerra"

O Presidente da Colômbia saudou, na noite de quarta-feira, com "profunda emoção" e uma "grande alegria", o histórico acordo de paz alcançado entre o governo e as FARC, congratulando-se com o fim da "tragédia da guerra".

Reuters
25 de Agosto de 2016 às 07:31
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"Colombianos, dirijo-me hoje a vocês com uma profunda emoção, uma grande alegria. Hoje começa o fim do sofrimento, da dor, da tragédia da guerra", declarou Juan Manuel Santos, durante um discurso, a partir do palácio presidencial Casa de Nariño, em Bogotá.

 

O Presidente colombiano -- que falou ao país imediatamente depois do anúncio oficial do acordo de paz, feito em Havana, ao fim de quase quatro anos de negociações -- revelou que ainda hoje vai enviar ao Congresso o texto do acordo de paz firmado entre o governo e a maior guerrilha do país, para que seja convocado o plebiscito previsto que, segundo anunciou, vai realizar-se a 2 de Outubro.

 

O Presidente recordou que a realização do referendo - em que os colombianos vão responder se aprovam ou não o acordo do fim do conflito com as FARC - resulta do cumprimento da promessa que fez aos colombianos de que "teriam a última palavra" relativamente ao negociado.

 

Sublinhando que a paz é "a vitória de todos os colombianos", Juan Manuel Santos considerou que o acordo alcançado constitui uma oportunidade para se construir, em conjunto, "uma paz estável e duradoura", colocando termo a mais de meio século de conflito armado.

 

Nesta linha, anunciou que os guerrilheiros das FARC, uma vez desmobilizados, vão ter porta-vozes "com voz, mas sem voto" no Congresso para discutir a implementação dos acordos de paz até 2018, ano de eleições gerais, nas quais poderão participar com uma "representação mínima garantida por um período de dois anos".

 

"Para que a paz seja duradoura devemos garantir que reincorporem a vida civil e legal do nosso país", disse Santos.

 

O Presidente colombiano enfatizou ainda o primeiro dos "cinco pontos fundamentais" do acordo que é "o fim efectivo da violência" através de "um cessar-fogo e das hostilidades bilaterais em definitivo" com a entrega das armas das FARC às Nações Unidas num prazo de seis meses.

 

Santos aludiu ainda ao direito das vítimas a serem compensadas e à criação de um tribunal especial para a paz, garantindo que "não haverá impunidade para os responsáveis pelos crimes mais graves".

 

A guerra na Colômbia, que começou em 1964, é o último grande conflito armado nas Américas e provocou a morte a 260.000 pessoas, deslocou 6,9 milhões e deixou 45.000 desaparecidos.

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