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Venezuela anuncia novo sistema de controlo cambial

A Venezuela vai reformar as suas políticas cambiais e está a preparar um novo sistema de controlo cambial, para combater o mercado paralelo de divisas e a alta inflação, anunciou o vice-Presidente venezuelano para a Área Económica, Rafael Ramírez.

Vista panorâmica de caracas, na Venezuela
Bloomberg
28 de Outubro de 2013 às 22:20
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"Estamos a afinar os detalhes de um novo sistema alternativo de divisas. Estará condicionado com o propósito da construção do socialismo", disse aos jornalistas, adiantando que está em curso uma "forte reestruturação" do actual sistema cambial.

 

Rafael Ramírez, que também é presidente da empresa estatal Petróleos da Venezuela, disse que há empresas que recebem dólares para a importação de produtos a preços preferenciais, atribuídos pela Comissão de Administração de Divisas (Cadivi), e que depois remarcam os preços e aumentam os custos para fins distintos aos solicitados.

 

"Há uma classe económica corrupta que se apodera dos rendimentos dos venezuelanos, através das divisas que o Estado lhe atribui através da Cadivi, e que pretende que lhes entreguemos a gestão dos dólares mas isso não acontecerá", disse.

 

Segundo o governante, "o dólar paralelo não foi inventado pelo povo", estando as autoridades a investigar "que sectores podem dispor de dinheiro suficiente para criar essa perturbação" na economia venezuelana.

 

Por outro lado, anunciou que a Venezuela não prevê fazer uma desvalorização da moeda, porque "não há razão para isso", e que o "salto" do dólar paralelo, a menor produção interna, a falta de abastecimento e o aumento de liquidez são aspectos que fizeram disparar os preços dos produtos. "Nós propusemo-nos abater a inflação. Haverá respostas a curto prazo e, independentemente da gestão do sector privado, vamos trazer alimentos e aumentar a produção", disse.

 

Na Venezuela está vigente, desde 2003, um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país. Para ter acesso a dólares e para importar produtos as empresas têm que acudir à Cadivi, entidade que analisa as solicitações e autoriza as divisas necessárias para comprar bens no exterior.

 

Os empresários queixam-se com frequência de atrasos na autorização de divisas, que têm uma cotação oficial de 6,30 bolívares por cada dólar norte-americano, mas cujo valor é até sete vezes superior no mercado paralelo.

 

Além da alta inflação de quase 50% em 12 meses, os venezuelanos queixam-se de dificuldades para comprar produtos, como a farinha de milho, arroz, margarina, açúcar, óleo, leite em pó e pasteurizado, papel higiénico, entre outros.

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