Notícia
2011: Ascensão e queda de Dilma foi também a do Brasil
Dilma Rousseff, discípula de Lula da Silva, chegou ao poder com um país em euforia. Saiu com a classe política arrasada pelo maior escândalo de corrupção do Brasil e a economia de rastos.
Dilma Rousseff chegou ao poder em Outubro de 2011 com o estigma de ser "um Lula de saias", mas foi capaz de criar a sua própria identidade política e ser reeleita em 2014. Até tudo acabar num "impeachment".
Ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil de Lula da Silva, Dilma foi a escolhida por Lula para lhe suceder e prolongar o "reinado" do Partido dos Trabalhadores (PT). Eleita em 2011 como a candidata de Lula, a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil acabaria por conquistar a sua própria popularidade e peso político.
Mas seriam os últimos tempos dos seus cinco anos e quatro meses de poder a marcar a História do Brasil. Dilma é reeleita em Outubro de 2014, já a operação Lava Jato provocava demissões. A investigação, que revelaria um milionário esquema de corrupção entre elementos da Petrobras (que Dilma tutelou) e grandes empresas brasileiras, apanharia ministros do Governo, aliados da Presidente e chegaria até ao próprio Lula da Silva.
A popularidade de Dilma e do seu Governo caiu a pique. Na rua, gigantescas manifestações pediram a sua demissão, ainda que outras houvesse em seu apoio. Não seria, no entanto, a Lava Jato a causa da destituição. O "impeachment", aprovado pelo Congresso e pelo Senado em Abril de 2016, e depois ratificado em Agosto, foi justificado com as "pedaladas fiscais", o atraso na transferência de verbas públicas para mascarar as contas, um "crime de responsabilidade orçamental".
Não foram só os casos na justiça a envolver o PT a derrubar Dilma. O declínio da Presidente coincide com o da própria economia brasileira. O país chegou a ser a sexta maior economia do mundo em 2012, superando o Reino Unido. O descalabro deu-se a partir de 2014, acompanhando a queda do preço das matérias-primas. Primeiro de forma lenta, depois a um ritmo abrupto em 2015 e 2016, o Brasil viveu a maior depressão económica da sua história.
Ao início um símbolo de uma nova era do Brasil, os anos de Dilma acabaram marcados por uma operação "mãos limpas" à brasileira que pôs a nu uma classe política e empresarial imersa na corrupção. Em contrapartida, a confiança na justiça cresceu. Sérgio Moro, o juiz responsável pela operação Lava Jato, é agora a figura pública mais popular do Brasil.
Uma história que ainda não terminou. Michel Temer, que assumiu a presidência após a destituição de Dilma corre agora o risco de vir ele próprio a ser alvo de "impeachment". A perspectiva de uma nova agudização da crise política promete continuar a passar uma pesada factura à economia.
Ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil de Lula da Silva, Dilma foi a escolhida por Lula para lhe suceder e prolongar o "reinado" do Partido dos Trabalhadores (PT). Eleita em 2011 como a candidata de Lula, a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil acabaria por conquistar a sua própria popularidade e peso político.
A popularidade de Dilma e do seu Governo caiu a pique. Na rua, gigantescas manifestações pediram a sua demissão, ainda que outras houvesse em seu apoio. Não seria, no entanto, a Lava Jato a causa da destituição. O "impeachment", aprovado pelo Congresso e pelo Senado em Abril de 2016, e depois ratificado em Agosto, foi justificado com as "pedaladas fiscais", o atraso na transferência de verbas públicas para mascarar as contas, um "crime de responsabilidade orçamental".
Não foram só os casos na justiça a envolver o PT a derrubar Dilma. O declínio da Presidente coincide com o da própria economia brasileira. O país chegou a ser a sexta maior economia do mundo em 2012, superando o Reino Unido. O descalabro deu-se a partir de 2014, acompanhando a queda do preço das matérias-primas. Primeiro de forma lenta, depois a um ritmo abrupto em 2015 e 2016, o Brasil viveu a maior depressão económica da sua história.
Ao início um símbolo de uma nova era do Brasil, os anos de Dilma acabaram marcados por uma operação "mãos limpas" à brasileira que pôs a nu uma classe política e empresarial imersa na corrupção. Em contrapartida, a confiança na justiça cresceu. Sérgio Moro, o juiz responsável pela operação Lava Jato, é agora a figura pública mais popular do Brasil.
Uma história que ainda não terminou. Michel Temer, que assumiu a presidência após a destituição de Dilma corre agora o risco de vir ele próprio a ser alvo de "impeachment". A perspectiva de uma nova agudização da crise política promete continuar a passar uma pesada factura à economia.