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PR moçambicano quer restabelecer confiança com os parceiros internacionais

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que quer restabelecer a confiança com os parceiros internacionais, considerando que as empresas moçambicanas devem produzir o suficiente para sustentar as suas próprias dívidas. 

Reuters
22 de Abril de 2016 às 20:54
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"Agora queremos rapidamente restabelecer a confiança com os nossos parceiros", disse o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, falando na conferência de balanço da visita de dois dias a Bruxelas, citado pelo canal de televisão STV.

 

O chefe de Estado moçambicano disse que o seu Executivo quer criar condições para que as empresas moçambicanas produzam o suficiente para sustentar as suas próprias dívidas, um objectivo que só poderá ser alcançado com o envolvimento de todos.

 

"Nós estamos a trabalhar em fases", afirmou o chefe de Estado moçambicano, apontando a transparência como a base para reconquistar a confiança dos parceiros de Moçambique.

 

Reconhecendo que a situação é preocupante, Nyusi disse, no entanto, que o problema não pode ser politizado, considerando que Governo moçambicano, desde o início, está a encarar a situação com frontalidade.

 

"O que o Governo está a fazer é mostrar a abertura para encontrarmos a solução deste problema e continuarmos a usufruir dos benefícios destas parcerias", afirmou Nyusi, lembrando ainda que as dividas não foram contraídas no mandato do seu Executivo.

 

O chefe de Estado recordou ainda que a dívida da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum) foi restruturada e disse que as outras, entretanto reveladas, podem ter o mesmo destino.

 

"Esperamos que as outras que possam acontecer sejam restruturadas', afirmou Nyusi, declarando optimismo na normalização das relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e restantes parceiros internacionais.

 

No final de Março, o Wall Street Journal noticiou um empréstimo de 622 milhões de dólares, garantido pelo Estado, à empresa estatal Proindicus, contraído em 2013 através dos bancos Credit Suisse e do russo VTB Bank, que terão convidado os investidores a aumentarem o valor para 900 milhões, um ano depois.

 

Na terça-feira, o Financial Times revelou que o Governo de Moçambique autorizou um outro empréstimo de mais de 500 milhões de dólares a uma empresa pública.

 

No mesmo dia, o primeiro-ministro reuniu-se com a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, e, segundo um comunicado da instituição financeira, reconheceu a existência de um valor superior a mil milhões de dólares da dívida externa de Moçambique que não tinha sido comunicado.

 

Na sequência destes acontecimentos, o FMI cancelou a missão que tinha prevista para esta semana em Moçambique.

 

Organizações moçambicanas já começaram a manifestar a sua indignação em relação ao impacto dos empréstimos ocultados na dívida pública, exigindo explicações do Governo e uma investigação criminal.

 

De acordo com um prospecto confidencial preparado pelo Ministério das Finanças de Moçambique e entregue no mês passado aos investidores em obrigações da Ematum, e a que a Lusa teve acesso na quinta-feira, o volume de dívida pública de Moçambique aumentou de 42% do PIB em 2012 para 73,4% em 2015.

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