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Marcelo aposta na "vocação universal" da CPLP
O Presidente diz que a vocação universal será "um salto qualitativo importantíssimo" para a organização onde, neste momento, reina a polémica em torno da nomeação do novo secretário-executivo.
Marcelo Rebelo de Sousa acredita que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ter uma "vocação universal" e que esse será "um salto qualitativo importantíssimo" para a organização.
O Presidente da República fez estas afirmações durante uma visita que realizou esta segunda-feira, 14 de Maio, à sede da CPLP, no Palácio Conde Penafiel, em Lisboa.
Já na próxima quinta-feira, 17 de Março, terá lugar uma reunião extraordinária do conselho de ministros da CPLP, em que será analisada a nova visão estratégica, a ser aprovada na cimeira do Brasil.
Marcelo Rebelo de Sousa justificou esta deslocação como um "homenagear à CPLP", numa "visita menos do passado, mais do presente e sobretudo do futuro".
Confrontado com a polémica criada em torno da nomeação do novo secretário-executivo da CPLP, o Presidente diz que a mesma ocorrerá segundo "o critério da rotação adoptado". A decisão será tomada no Verão, durante a cimeira da CPLP que terá lugar no Brasil.
O Governo português tem afirmado que, à luz dos estatutos da organização, "compete agora a Portugal assumir a responsabilidade de apresentar a candidatura a secretário executivo" e o país "não enjeita, naturalmente, essa responsabilidade, estando disponível para exercê-la", disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Por outro lado, países como Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe já manifestaram que Portugal não deve assumir o cargo de secretário-executivo, invocando um "acordo verbal" segundo o qual o país que acolhe a sede da organização não deve concorrer a este cargo, actualmente ocupado por Moçambique.
Nessa lógica, e uma vez que os estatutos indicam que a escolha do secretário-executivo é feita sucessivamente por ordem alfabética dos países, segue-se São Tomé e Príncipe, que já disse que apresentará um candidato.
"Aquilo que nos liga não é tanto a nostalgia ou o partilharmos uma língua, uma história e uma cultura, mas é o estarmos virados para uma nova estratégia que irá ser aprovada na cimeira a realizar no Brasil, apontando para prioridade económica, prioridades educativas, de formação, circulação dos cidadãos da CPLP em todo o seu espaço e, nesse sentido, é um salto qualitativo que se dá ao fim de 20 anos de vida", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre se se empenhará para que a língua portuguesa seja adoptada em organizações internacionais, como as Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que esse é "um objectivo antigo, que não é de Portugal, é da CPLP". "Essa é uma luta constante de Portugal partilhada pelos nossos Estados-irmãos da CPLP, muito tem sido feito, tudo continuará a ser feito nesse sentido", garantiu.