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Isabel dos Santos: passei 20 anos a construir negócios de sucesso e a pagar impostos às autoridades angolanas

A empresária angolana sublinha, em comunicado, que as alegações contra si não têm qualquer fundamento. “Procurarei repor a verdade dos factos e lutar através dos tribunais internacionais para defender o meu bom nome”, diz.

Miguel Baltazar
20 de Janeiro de 2020 às 19:35
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"As alegações que estão a ser feitas contra a minha pessoa são completamente infundadas. Trata-se de um ataque político orquestrado e bem coordenado, numa tentativa de me neutralizar", diz Isabel dos Santos em comunicado.

 

A empresária Angola refere que "mais de 700.000 documentos foram ilegalmente pirateados dos meus escritórios há sete meses e transferidos para uma organização pouco conhecida, sediada em Paris, de onde foram enviados para o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ)".

 

O ICIJ e os seus parceiros mediáticos, sublinha a filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, "estiveram meses e meses a examinar estas supostas ‘provas’ e, mesmo assim, as alegações extremamente sérias que fazem contra mim neste relatório baseiam-se em nada mais do que suposições".

 

"Em nenhuma parte destes documentos ou na sua divulgação foi demonstrado qualquer comportamento ilegal da minha parte ou das minhas empresas", frisa.

 

E prossegue: "É preciso questionar: quem beneficia do crime de obtenção ilegal destes documentos? Não são certamente os angolanos. Bem pelo contrário. Existe uma preocupação do meu lado que, como resultado desta campanha de perseguição política, milhares de empregos nas empresas angolanas das quais faço parte possam ser prejudicados".

 

O ICIJ "afirma que os negócios que construí e os investimentos que fiz foram à conta dos angolanos. Mais uma vez, uma alegação extremamente séria e ainda assim nenhuma das supostas ‘provas’ o comprovam isto", reage Isabel dos Santos.

 

A empresária diz que grande parte dos seus investimentos e empresas tiveram como fundos o apoio de financiamento interno e externo junto da banca comercial à qual paga "juros e prestações regulares".

 

Receitas geradas pelo próprio negócio

 

"Quando se questionam as origens dos fundos, na maioria dos casos são receitas geradas pelo próprio negócio e dividendos ganhos ao longo de 20 anos e que reinvesti", salienta a empresária.

 

"Em momento algum o ICIJ tentou sequer provar que os meus esforços comerciais foram feitos à custa dos angolanos, porque não conseguem aferir isso. Em vez disso, focam em aspetos individuais e privados, e transações comerciais são selecionadas e reportadas de forma seletiva e tendenciosa de forma a inserirem-se na narrativa pré-construída do ICIJ, organização que está a ser usada como representante numa luta para neutralizar adversários políticos e vozes alternativas", acusa.

 

E aponta ainda mais o dedo: "o meu país, Angola, irá enfrentar reeleições do partido no poder no próximo ano e esta é uma táctica de diversão e de tentativa de neutralizar diferentes vozes e outras opiniões políticas".

 

"Sou uma empresária privada que passou 20 anos a construir negócios de sucesso, a criar milhares de empregos e a pagar impostos às autoridades angolanas. Trabalhei sempre dentro da lei e todas as minhas transações comerciais foram aprovadas por advogados, bancos, auditores e reguladores".

 

"Emprego mais de 20.000 pessoas"

 

"Criei mais de 10 empresas comerciais de raiz nos sectores das telecomunicações, retalho e banca e que são atualmente líderes de mercado. No conjunto, emprego mais de 20.000 pessoas", diz.

 

"Através das minhas empresas", prossegue, "lidero o principal grupo privado e somos um dos maiores pagadores de impostos no país. No ano passado, os meus negócios pagaram mais de 100 milhões de dólares em impostos".

 

Isabel dos Santos diz que "a actual campanha" contra si "é puramente política". "A economia angolana encontra-se muito mal. Ao longo dos últimos dois anos, o preço do petróleo tem sido alto mas, apesar disso, a nossa moeda perdeu dois terços do seu valor e mais de 40% dos jovens angolanos não têm emprego".

 

"Muitas pessoas estão preocupadas com a capacidade do atual governo angolano de gerir as prioridades políticas", acrescenta.

 

Actualmente, "em vez da redução da pobreza temos assistido ao empobrecimento de uma classe média que antes estava em crescimento e à destruição da economia privada com uma política económica desalinhada".

 

"Afirmei publicamente que, enquanto patriota, farei sempre o que sinto como dever para com o meu país e enquanto mulher angolana acredito fazer a diferença.Angola está a sofrer de uma falta de visão e de soluções para a nossa economia. Precisamos de empregos já, especialmente para os nossos jovens, de um verdadeiro plano para a economia e de uma meritocracia onde a competência venha antes da amizade. Tudo farei para alcançar estes objetivos para o meu país".

 

Infelizmente, sublinha, "a falta do uso isento da lei e da Constituição nacional tem enfraquecido Angola. Procurarei repor a verdade dos factos e lutar através dos tribunais internacionais para defender o meu bom nome".

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