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Governo: Crise económica angolana não vai alterar relações com Portugal

A crise que Angola atravessa, provocada pela baixa do preço do petróleo, é um momento cíclico que não vai alterar as relações comerciais com Portugal, disse hoje à Lusa o secretário de Estado Adjunto e da Economia português.

Bruno Simão/Negócios
29 de Janeiro de 2015 às 15:06
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"Nós temos confiança na competitividade dos nossos bens e serviços, temos confiança na produtividade dos nossos empresários e portanto percebemos e vemos com muita atenção, obviamente com alguma preocupação, se houver alguma coisa fora do comum mas acima de tudo confiamos que a competitividade dos nossos bens e serviços e a produtividade possa manter o ímpeto das exportações que é muito importante para Portugal", disse Leonardo Mathias à margem da assinatura de um acordo entre a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a instituição homóloga angolana, em Lisboa.

 

De acordo com o secretário de Estado português, os agentes económicos e a política macroeconómica definida pelos governos "antecipa-se e adapta-se" a ciclos de crescimento e de recessão e defende-se para fortalecer a economia.

 

"Isso é o aspecto mais relevante", sublinhou.

 

Angola prepara-se para rever o Orçamento Geral do Estado (OGE), numa operação que deverá estar concluída em Fevereiro e vai implicar menos 12,3 mil milhões de euros em receitas petrolíferas.

 

O barril de crude caiu para os 40 dólares, e a previsão das autoridades angolanas, que serviu para a elaboração do OGE, era que o barril se fixasse nos 81 dólares.

 

Na quinta-feira, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), de Portugal, afirmou que a eventual redução de exportações para Angola é "um sinal de alarme".

 

O grupo Central de Cervejas está também a analisar as consequências da nova quota estabelecida pelo Governo angolano limitando as importações de cerveja pelo país a 400 mil hectolitros, em 2015.

 

"Eu não falo em nenhum caso específico. Não podemos concentrar uma relação que se quer sólida, estável, previsível, a uma empresa ou a um dado económico. A nossa relação económica, política e diplomática vai muito para além de uma só empresa e vai muito para além de um só dado económico", respondeu Leonardo Mathias.

 

Na cerimónia em que esteve presente hoje, os representantes da ASAE e do Gabinete de Inspecção Geral do Comércio (GIGC), do Ministério do Comércio da República de Angola, assinaram um protocolo na linha dos que foram firmados com o Brasil, Moçambique, Cabo Verde e a Região Administrativa Especial de Macau.

 

A este respeito, Mathias destacou os sectores agro-alimentar, químico, metais e indústria de transformação que podem contar com instituições que regulam e que fiscalizam a actividade económica e, nesse sentido, "a troca de informações, a troca de formação e a troca de boas práticas" não se tendo referido a eventuais produtos que possam ser ainda motivo de negociação entre os dois países.

 

"Eu neste momento não estou a pensar em nenhum produto. O importante é que os dois inspectores-gerais (ASAE e GIGC) possam de uma forma firme, de uma forma segura, rigorosa e disciplinada fiscalizar ambos os mercados e isso é o que nos preocupa", concluiu.

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