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Sócrates: Granadeiro e Bava foram "trazidos" para operação Marquês para "encher" o que está "vazio"
Em entrevista à TVI, para se defender das acusações de Cavaco Silva no livro "Quintas-feiras e outros dias", José Sócrates comentou a recente constituição como arguidos na Operação Marquês de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava.
"Agora fomos para a PT". Assim começou José Sócrates, ex-primeiro-ministro, por se referir à junção da lista de arguidos da operação Marquês de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-gestores da PT.
Para José Sócrates, "nesta questão da PT é tudo tão infundado, como era em relação ao Lena, Parque Escolar e Vale do Lobo".
No âmbito deste processo, jornais como o Expresso, Observador e Correio da Manhã têm noticiado que Bava e Granadeiro terão, alegadamente, recebido dinheiro da ES Enterprise, uma empresa do Grupo Espírito Santo, em troca de favorecimentos. "Mas o que tenho eu a ver com isso?", questionou Sócrates, falando em insinuações, e suspeitas "falsas, injustas e absurdas".
Voltou a condenar os prazos que têm demorado as investigações da Operação Marquês, dizendo que há muito estão ultrapassados. Aliás, conforme já tinha anunciado, Sócrates processou o Estado pela demora nas investigações.
Quanto a Cavaco Silva e o seu livro "Quinta-feira e outros dias", que o levaram à TVI para se defender, José Sócrates acusa o ex-Presidente de falsidades, dizendo mesmo que existe uma "consonância entre insinuação do Presidente da República e suspeitas do Ministério Público", nomeadamente quando Cavaco Silva diz que Sócrates pediu à Caixa para dar uma garantia para a Autoestrada Transmontana ao banco público.
Para Sócrates, a consonância está relacionada com o que diz ser a insinuação de que teria também pedido à Caixa para votar contra a OPA da Sonae, ao lado do BES. "Nunca falei com a CGD, nem sobre isso nem sobre outras. Nada". E volta a reafirmar que mesmo que a Caixa tivesse votado a favor da OPA, esta não teria passado. Por isso deixa a questão: alguém iria pagar por uma coisa que não precisava?
Quanto à Vivo, diz que a "história está mal contada". O seu Governo impediu que a PT saísse do Brasil, o que foi feito na "prossecução do interesse nacional". Depois as decisões seguintes foram tomadas pela PT, diz, lembrando que a fusão entre PT e Oi já foi celebrada depois do seu Governo ter saído de funções.