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Semana decisiva nas investigações a Sócrates
O Ministério Público tem, até ao momento, até 17 de Março, sexta-feira para arquivar as investigações a José Sócrates ou para acusá-lo. Para isso volta a ouvi-lo, enquanto principal suspeito na Operação Marquês, esta segunda-feira.
Entrando na última semana que o actual prazo indica para concluir as investigações da Operação Marquês, o Ministério Público voltou a chamar o ex-primeiro-ministro José Sócrates para novo interrogatório. Esta segunda-feira, Sócrates regressará ao DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) para ser novamente questionado e confrontado com o que o Ministério Público acredita serem novos indícios no processo Operação Marquês.
Este caso está, agora, segundo tem sido noticiado, numa fase avançada, com os novos rastos do dinheiro e que incluíram uma terceira via neste processo: a de que a PT também teria servido para Sócrates alegadamente receber dinheiro em troca de favores, neste caso, por parte de Ricardo Salgado.
Com isso, o processo Marquês fica com, pelo menos, três ramificações. A primeira que diz respeito aos alegados recebimentos para favorecimento do grupo Lena; a segunda que levou o caso até Vale do Lobo, o que, aliás, motivou a constituição de arguidos de pessoas como Armando Vara, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa; e a terceira relacionada com a PT, que trouxe ao processo arguidos como Ricardo Salgado, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.
José Sócrates volta assim a ser ouvido, depois de na sexta-feira ter também voltado ao DCIAP Carlos Santos Silva. "Estão, ainda, previstos interrogatórios de outros arguidos no decurso da próxima semana", adiantou a PGR, num esclarecimento enviado à agência Lusa.
Sócrates foi detido em Novembro de 2014 e esteve preso preventivamente dez meses, cumprindo mandato de prisão domiciliária por mais um mês. A investigação continuou a decorrer, o que já levou o ex-primeiro-ministro a processar o Estado pela demora do caso. "Se o Estado não acusa, acuso eu", declarou na conferência de imprensa onde revelou que iria processar o Estado, onde também declarou que "manter o inquérito aberto ao fim 42 meses é uma violação escandalosa da lei e um abuso inaceitável por parte dos poderes do Estado", afirmou, dizendo que há o "direito de não ser considerado suspeito toda a vida".