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Operação Marquês: Ministério Público vai interrogar Sócrates na segunda-feira à tarde

O antigo primeiro-ministro José Sócrates, arguido no inquérito "Operação Marquês", vai ser interrogado na segunda-feira à tarde no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), confirmou à agência Lusa fonte ligada ao processo.

Sócrates e Salgado ainda sem acusação: A Operação Marquês, que envolve José Sócrates, chegou a ter o fim da investigação marcado para Setembro, mas o prazo foi estendido até Março de 2017 e o principal arguido viu as medidas de coacção aliviadas. O caso já deu origem a uma investigação à PT/Oi e à operação 'O negativo', que levou à detenção do ex-presidente do INEM Luís Cunha Ribeiro. Também o ex-banqueiro Ricardo Salgado viu as medidas de coacção alteradas.
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11 de Março de 2017 às 12:19
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A informação de que Sócrates vai ser interrogado novamente, na segunda-feira, no âmbito da "Operação Marquês" foi avançada hoje pela SIC, depois de o jornal Expresso noticiar que o Ministério Público (MP) conta ainda interrogar o ex-primeiro-ministro uma terceira e última vez para o confrontar com novos elementos do processo e antes de deduzir acusação contra ele por corrupção e outros crimes no prazo anunciado pela Procuradoria-Geral da República (17 de Março).

 

Contactado pela agência Lusa, João Araújo, advogado de José Sócrates juntamente com Pedro Delille, precisou que a defesa foi notificada pelo MP para comparecer no interrogatório de segunda-feira no DCIAP, tendo o MP pedido aos advogados que notificassem o próprio ex-primeiro-ministro da diligência marcada.

Os Procuradores acreditam ter "provas robustas" para acusar Sócrates de corrupção, sublinha o Expresso, acrescentando que os investigadores estão convictos de que o ex-primeiro-ministro foi corrompido por 23 milhões de euros

 

O antigo líder do PS está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação que conta, até ao momento, com 25 arguidos - 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena - estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo marcada para a próxima sexta-feira.

 

Entre os arguidos estão o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

 

Joaquim Paulo da Conceição, presidente do Grupo Lena que foi, conforme avançou o Negócios, também constituído arguido na Operação Marquês, garante não ter praticado qualquer acto "a título pessoal ou na qualidade de CEO do Grupo Lena que possa ser considerado crime ou sequer censurável", tendo acrescentado, em comunicado divulgado no dia 8 de Março, que "esta evolução do processo se justifica apenas tendo em conta as teorias da investigação, as quais não lhe parecem corresponder, seguramente no que a si diz respeito, à verdade dos factos".

Recorde-se que na passada quinta-feira, 9 de Março, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu impedir o juiz desembargador Rui Rangel de tomar qualquer decisão no âmbito da 'Operação Marquês', segundo o acórdão a que agência Lusa teve acesso.

 

O Ministério Público tinha pedido, a 22 de Fevereiro, o afastamento de Rui Rangel da apreciação de um recurso interposto pelo arguido José Sócrates "por considerar existir motivo sério e grave, adequado a gerar desconfiança sobre a imparcialidade do magistrado judicial", e agora o STJ decidiu afastar o desembargador de analisar qualquer recurso do processo.

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