Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Rajoy recusa ter aumentado impostos para evitar sanções

O primeiro-ministro espanhol em exercício defende que o que existe - um aumento de retenções e não do imposto a pagar - já estava previsto no programa de estabilidade entregue em Abril a Bruxelas. E que só afectará as grandes empresas.

Reuters
13 de Julho de 2016 às 13:48
  • ...

O primeiro-ministro espanhol em exercício recusou que o Governo de Madrid tenha decidido um aumento de impostos às empresas como forma de evitar eventuais penalizações que possam ser impostas ao país por ter falhado - como Portugal - a redução do défice nos últimos anos.

"Não há nenhuma subida de impostos, nenhuma. O que há é uma descida dos juros do imposto empresarial", afirmou Mariano Rajoy aos jornalistas esta terça-feira, 13 de Julho, argumentando que a medida estava prevista no programa de estabilidade que foi enviado a 30 de Abril à Comissão Europeia em caso de perda de receita.

"O que vai mudar são os pagamentos fraccionados, do IRPF [equivalente ao português IRC], retenções de sociedades maiores do que havia até agora. Estamos num contexto economicamente favorável, os lucros estão a subir 12,4% e as retenções a baixar 56%. [Esta medida] não supõe uma subida de impostos, mas de retenções", afirmou Rajoy na mesma conferência de imprensa em que admitiu não se apresentar à investidura para liderar o próximo governo espanhol se não tiver apoios suficientes.

O primeiro-ministro assegurou ainda que a medida - que deverá permitir arrecadar mais 6 mil milhões de euros - não vai afectar a liquidez das empresas porque, no acesso ao financiamento no mercado, beneficiam de juros praticamente zero.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, tinha anunciado esta terça-feira (dia em que foi formalmente aberto o processo de sanções contra os países ibéricos) que Madrid ia propor um aumento do imposto sobre empresas para reduzir o défice orçamental a partir de 2017 e evitar sanções da União Europeia.

De acordo com o El País, o aumento das retenções das grandes empresas é uma das medidas apresentadas por Madrid a Bruxelas como garantia de que o défice ficará abaixo dos 3% em 2017.

Além do aumento das retenções, Espanha espera encaixar mais mil milhões de euros a mais do que o previsto através de medidas de combate à fraude fiscal e poupar 1.500 milhões de euros no financiamento, ajudada pela queda dos juros ditada pela operação de compra de dívida do BCE. 

Ver comentários
Saber mais Governo de Madrid Mariano Rajoy Madrid União Europeia Bruxelas Governo política economia negócios e finanças macroeconomia Espanha
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio