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Rajoy recusa ter aumentado impostos para evitar sanções
O primeiro-ministro espanhol em exercício defende que o que existe - um aumento de retenções e não do imposto a pagar - já estava previsto no programa de estabilidade entregue em Abril a Bruxelas. E que só afectará as grandes empresas.
O primeiro-ministro espanhol em exercício recusou que o Governo de Madrid tenha decidido um aumento de impostos às empresas como forma de evitar eventuais penalizações que possam ser impostas ao país por ter falhado - como Portugal - a redução do défice nos últimos anos.
"Não há nenhuma subida de impostos, nenhuma. O que há é uma descida dos juros do imposto empresarial", afirmou Mariano Rajoy aos jornalistas esta terça-feira, 13 de Julho, argumentando que a medida estava prevista no programa de estabilidade que foi enviado a 30 de Abril à Comissão Europeia em caso de perda de receita.
O primeiro-ministro assegurou ainda que a medida - que deverá permitir arrecadar mais 6 mil milhões de euros - não vai afectar a liquidez das empresas porque, no acesso ao financiamento no mercado, beneficiam de juros praticamente zero.
O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, tinha anunciado esta terça-feira (dia em que foi formalmente aberto o processo de sanções contra os países ibéricos) que Madrid ia propor um aumento do imposto sobre empresas para reduzir o défice orçamental a partir de 2017 e evitar sanções da União Europeia.
De acordo com o El País, o aumento das retenções das grandes empresas é uma das medidas apresentadas por Madrid a Bruxelas como garantia de que o défice ficará abaixo dos 3% em 2017.
Além do aumento das retenções, Espanha espera encaixar mais mil milhões de euros a mais do que o previsto através de medidas de combate à fraude fiscal e poupar 1.500 milhões de euros no financiamento, ajudada pela queda dos juros ditada pela operação de compra de dívida do BCE.