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Elite belga tem 48 mil milhões em caixas postais no Luxemburgo

60 dos 100 belgas mais ricos do país têm uma empresa constituída no Luxemburgo, que não passa de uma caixa postal. A investigação é dos jornais Le Soir e De Tijd, que chamam ao Luxemburgo "o jardim fiscal belga".

27 de Março de 2018 às 11:48
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Um antigo primeiro-ministro, artistas, desportistas e empresários belgas têm vindo a usar caixas postais no Luxemburgo para fugirem aos impostos no seu país. Quem o diz são os jornais belgas Le Soir e De Tijd, a partir de uma investigação conjunta ao registo comercial luxemburguês.

De acordo com os jornais, entre as 100 personalidades mais ricas da Bélgica, 60 têm pelo menos uma empresa no Grão Ducado, na esmagadora maioria constituídas por uma caixa de correio sem qualquer actividade, que mais não servem do que para deter participações em empresas noutras jurisdições – offshores como as Ilhas Virgens Britânicas ou o Panamá.

Ao todo, estas empresas têm um património que ascende a 48 mil milhões de euros.

Se a análise se restringir às 50 famílias mais ricas, então, 80% delas têm uma empresa no Luxemburgo onde, segundo os dois jornais belgas, beneficiam de normas fiscais mais permissivas e pagam pouco imposto - em média, a maioria dessas empresas pagará apenas 4.815 euros de imposto por ano. 

Entre os cidadãos que têm caixas postais no Luxemburgo encontram-se por exemplo o ex-primeiro-ministro belga Yves Leterme e ex-secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Os jornais prometem desenvolver a história ao longo da semana.

Este é o segundo escândalo fiscal de grandes proporções em que o Luxemburgo se vê envolvido, depois de um antigo funcionário da PWC ter revelado ficheiros secretos que mostram como o país fazia acordos secretos com grandes empresas que, na prática, acabavam por lesar os cofres públicos de outros países europeus, devido aos planeamentos fiscais que permitiam. 

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