Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Acusação do LuxLeaks pede 18 meses de prisão para denunciantes

Procuradores do Luxemburgo pediram no âmbito do caso LuxLeaks para que dois denunciantes sejam condenados a uma pena de 18 meses de prisão, possivelmente suspensa, e que um jornalista seja multado.

Cidade do Luxemburgo, no Luxemburgo, ocupa o 19º lugar.
REUTERS
10 de Maio de 2016 às 14:44
  • ...

A pena de prisão foi pedida para Antoine Deltour e Raphael Halet antigos funcionários da empresa de auditoria e consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), acusados de roubarem documentos, revelarem segredos comerciais e violarem segredos profissionais, para o que está previsto uma pena máxima de 10 anos.

 

Os documentos revelaram os enormes benefícios fiscais que o Luxemburgo dá a multinacionais como a Apple, a IKEA ou a Pepsi, permitindo-lhes poupar milhares de milhões de dólares em impostos.

 

Nas suas alegações finais, o procurador de Estado adjunto David Lentz sublinhou não se opor a que os 18 meses sejam integralmente de pena suspensa.

 

Em relação ao jornalista Edouard Perrin, que deu a conhecer os documentos mais relevantes na estação de televisão France2, em 2012, Lentz pediu que o tribunal do Luxemburgo que está a julgar o caso desde 26 de Abril estabeleça uma multa, cujo montante não precisou.

 

O procurador recusou reconhecer aos dois antigos empregados da PwC a classificação de "denunciantes" e acusou o jornalista de ter "infringido a lei".

 

"Estamos aqui para fazer justiça (...) Este julgamento devia realizar-se. É desagradável, mas o meu papel é proteger a sociedade contra os abusos", adiantou.

 

Os advogados dos três homens tinham antes pedido a sua absolvição.

 

Durante o julgamento, Antoine Deltour reivindicou o estatuto de denunciante, declarando-se "orgulhoso" de ter feito avançar o debate fiscal na Europa.

 

O seu advogado William Bourdon evocou hoje nas alegações finais o vasto debate político desencadeado pelas revelações dos LuxLeaks e a acção da Comissão Europeia presidida desde final de 2014 por Jean-Claude Juncker, que era primeiro-ministro do Luxemburgo na altura dos factos criticados.

 

"Juncker, graças a Antoine Deltour, fez da luta contra a evasão fiscal uma das prioridades da comissão", afirmou o advogado.

 

Para o diretor executivo da organização Transparência Internacional, Cobus de Swardt, "Deltour deveria ser protegido e receber elogios, e não ser julgado".

 

"As informações que foram reveladas são de interesse público", sublinhou Cobus de Swardt, num comunicado divulgado na altura em que começou o julgamento.

Ver comentários
Saber mais Antoine Deltour Raphael Halet PricewaterhouseCoopers Luxemburgo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio