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Vogal da ADSE defende aumentos das consultas de 3,99 para 5 euros

Eugénio Rosa afirma que a ADSE está a preparar um aumento generalizado dos preços e que propõe, por isso, uma subida mais controlada.

Pedro Ferreira/Cofina
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Eugénio Rosa, vogal da ADSE, propõe que os preços a pagar pelas consultas da ADSE pelos beneficiários que frequentam a rede de hospitais e outros prestadores convencionados suba de 3,99 euros para 5 euros.

Em declarações ao Negócios, o vogal da ADSE refere que o Conselho Diretivo está a preparar aumentos mais elevados, e que a sua proposta implica uma subida menos expressiva para os beneficiários.

"Em relação à atualização dos preços das consultas, que é necessário fazer pois sem isso os beneficiários continuarão a não ter médios e a ser empurrados para o regime livre onde pagam muito mais, o que é correto fazer é aumentar o preço da consulta para 25 euros (um valor já razoável e defendido por muitos médicos tendo em conta o volume de atividade da ADSE), sendo 5 euros pagos pelo beneficiário (agora paga 3,99 euros) e 20 euros pela ADSE", defende, num texto que publicou este domingo.

"Em contrapartida, os prestadores seriam obrigados a ter sempre médicos disponíveis para todas as especialidades da convenção sob pena de cessação imediata da convenção", acrescenta, no estudo que publicou.


Em declarações ao Negócios, o vogal da ADSE dá três razões para esta proposta de subida de preços "segundo a inflação 2004/2020,": "abrir o campo aos pequenos prestadores", uma vez que, sobretudo fora dos centros urbanos, há "dificuldade em fazer convenções", com os beneficiários a queixarem-se da falta de médicos; favorecer a entrada de pequenos prestadores, contrariando a tendência de concentração dos hospitais que têm acordos com a ADSE; e garantir um aumento de preços "controlado", aquém do que, segundo revela, está a ser preparado pelo restante Conselho Diretivo da ADSE.

"Na nova tabela que está a ser preparada pelo Conselho Direito da ADSE prevê-se o aumento de todos os preços da tabela de medicina, incluindo consultas, a pagar pelos beneficiários da ADSE" no regime convencionado, ou seja, nos prestadores com acordo com a ADSE. "As propostas que o Conselho Diretivo apresenta são valores mais elevados", acrescenta.

O novo prazo para a apresentação de tabelas de preços, que estão em elaboração há anos, é março de 2020.

No estudo, Eugénio Rosa fala do risco de aumentos de 100,5% e de 200,8% acima de determinado número de consultas.

"Atualmente quando um beneficiário vai a uma consulta no regime convencionado paga 3,99 euros. Se aumentar este copagamento para 8 euros a subida será de 100,5%. E se a partir das 12 consultas anuais o copagamento subir para 12 euros, então o aumento no copagamento suportado pelos beneficiários subirá, nestas consultas, para 200,8%", descreve.

"Enquanto isto acontece a comparticipação da ADSE diminui na mesma proporção, o que reduz, por um lado, os encargos da ADSE e, por outro lado, a necessidade de cortar nos preços excessivos faturados pelos prestadores nos atos com códigos ainda abertos, onde os prestadores ainda continuam a poder faturar os preços que querem (o céu é o limite)", critica.


Para o vogal da ADSE, desta forma, e "mesmo sem a transformação em mútua, a ADSE caminharia para um seguro de saúde com plafons agora com base nos aumentos percentuais significativos nos copagamentos suportados pelos beneficiários".

Esta não é a primeira vez que a ADSE tenta aumentar os preços das consultas. Proposta semelhante foi apresentada pelo ex-presidente do Instituto Público, Carlos Liberato Batista, em outubro de 2017. Contudo, face à pressão feita na altura pelo Conselho Geral e de Supervisão a proposta acabou por ser abandonada. Seguiram-se anos de impasse na negociação das novas tabelas.

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