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Peritos defendem que Estado deixe de ter responsabilidade financeira na ADSE

Passagem para um novo modelo mutualista deve ser feita de forma “gradual”, ao longo de um período de dois anos durante o qual o Estado mantém poder de decisão, conclui a equipa liderada por Pedro Pita Barros.

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O Programa do Governo prevê que a ADSE seja transformada numa associação mutualista, e o relatório encomendado a um grupo de peritos prevê que em dois anos a entidade que é agora uma Direcção-Geral passe a ser "uma pessoa colectiva de direito privado, de tipo associativo, sem fins lucrativos e de utilidade pública administrativa". O objectivo é que, a prazo, o Estado deixe de assumir qualquer responsabilidade financeira, "devendo o equilíbrio entre receitas e despesas ser alcançado pela adequada e necessária definição de contribuições e/ou  benefícios". 

A versão preliminar do relatório da Comissão de Reforma do Modelo da Assistência na Doença aos servidores do Estado foi divulgada esta quarta-feira como suporte à discussão pública. Pedro Pita Barros (na foto) é o presidente desta Comissão, que também tem como membros o professor catedrático da faculdade de Direito Eduardo Paz Ferreira, a ex-secretária de Estado Margarida Corrêa de Aguiar, ou o director-geral da ADSE, Carlos Liberato Baptista.

Apesar de defender, a prazo, a limitação da responsabilidade do Estado, que passaria a ter um papel de fiscalização e coordenação, o relatório também propõe que haja um período transitório de dois anos durante o qual o Estado continuaria a ter uma palavra a dizer.

"A transição da ADSE para a nova entidade deve ser acautelada e dirigida pelo Estado de modo a preparar com segurança o novo modelo institucional e a nova estrutura jurídico/legal. É necessário garantir que no período de transição não há disrupções que coloquem em causa o normal funcionamento do sistema até à transferência total da titularidade, protegendo assim os interesses dos beneficiários enquanto utilizadores dos cuidados de saúde e parte interessada na gestão da nova entidade", lê-se no relatório.

"A visão generalizada na Comissão é a de ser preferível uma transição gradual, num período de 2 anos. Essa transição deve ser liderada pelo Estado, com a sua presença inicial nos órgãos de governo da nova entidade resultante da transformação da actual Direcção-Geral", acrescentam os autores.

Autores defendem abertura a contratos individuais

Tal como já tinha sido admitido pela ADSE e pelo próprio Governo, o relatório preliminar recomenda a abertura a todos os trabalhadores do Estado, o que inclui os que têm contrato individual de trabalho.

"Podem ser associados da nova entidade todos os trabalhadores das Administrações Públicas com contrato por tempo indeterminado ou com contratos a termo com duração superior a 6 meses, nas condições a estabelecer pela nova entidade tendo presente uma gestão prudente das responsabilidades", lê-se no relatório.


 

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