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Ministro abre a porta a medidas do PCP e BE desde que trajectória orçamental não seja alterada

Mário Centeno adverte que os gastos com prestações sociais aumentam 1.250 milhões de euros no próximo ano e que no Orçamento do Estado "não pode caber tudo".

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14 de Outubro de 2017 às 13:27
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O fim do corte do subsídio de desemprego e o aumento da derrama do IRC não constam na proposta do Orçamento do Estado para 2018, mas o Bloco de Esquerda e o PCP já avisaram que vão levar estas medidas a debate na discussão do documento na especialidade.

Em entrevista à Antena1, quando questionado porque estas medidas não constam na proposta do OE, o ministro das Finanças adiantou que estas matérias fazem parte de um "debate em curso", mas que "houve outras prioridades para incluir nesta fase do OE" e é esta "a mensagem que o Governo decidiu passar".

Não quer isso dizer que o Governo fecha a porta à inclusão destas e outras medidas. "Tenho a certeza que muitas propostas vão aparecer na especialidade" e o Governo está disponível para as implementar, desde que o "equilíbrio que garante a trajectória" orçamental "não seja alterado".

Contudo, num recado para os partidos da esquerda, Mário Centeno alertou que no Orçamento "não pode caber tudo" e que "quando olhamos para este orçamento, vemos que as prestações sociais crescem mais de 1.250 milhões de euros", o que representa um "número muito significativo", que exige "responsabilidade".


Sobre o aumento da derrama do IRC, Centeno alertou que "tem impacto positivo na receita fiscal" mas "terá consequências posteriores". E defendeu que esta medida deve reunir o "consenso na concertação social", até porque estamos a "viver um momento ímpar no mercado de trabalho em Portugal", com a criação de emprego em níveis que não se viam há muito tempo.

Assinalando a abertura do Governo para incluir novas medidas, Centeno afirmou que "comigo nunca um Orçamento saiu da especialidade pior do que entrou".


Centeno: Aumento da derrama deve ser discutida em concertação social
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Mário Centeno, em entrevista à Antena1, admite que o aumento da derrama do IRC "possa vir a ser discutida pelos parceiros na concertação social".

Negociação alargada contribui para melhorar orçamento

Na entrevista à Antena1, o ministro elogiou os partidos da esquerda, afirmando que a "negociação alargada" com o PCP e o BE "terá contribuído para a melhoria do Orçamento". E recusou que o Executivo tenha alterado a sua política em função das medidas propostas pelos partidos liderados por Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. "Estas medidas do Orçamento estão enquadradas no programa do governo", afirmou, assinalando também que este orçamento tem de reflectir a maioria parlamentar que os portugueses definiram nas urnas.

Centeno acrescentou também que todos os parceiros com quem o Governo se sentou à mesa para negociar este orçamento "têm a perfeita noção da responsabilidade que portugueses atribuem ao governo", o que "pode ser surpreendente para quem considera que negociação do orçamento é semelhante a um banquete. Não encontrei nenhuma posição compatível com esta leitura".

O ministro salientou que este é um orçamento que "aposta na protecção social, que foi muito estigmatizada ao longo dos últimos anos, aposta das empresas", com medidas de apoio à capitalização das empresas e também na "estabilização do sistema financeiro".

Sobre as cativações, que contribuíram de forma decisiva para o cumprimento das metas no Orçamento de 2016, o ministro diz que esta é uma ferramenta "crucial" para a gestão orçamental. "Não concebo nenhum orçamento sem cativações. O clamor sobre as cativações felizmente substitui o clamor de antes de orçamentos rectificativos e derrapagens orçamentais", respondeu.


Centeno: "Antes cativações que orçamento rectificativo, derrapagens orçamentais ou sanções"
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As cativações “são um instrumento de gestão” e o ministro das Finanças, em entrevista à Antena1, diz que não é possível conceber um orçamento sem essa ferramenta.

O ministro recusou ainda a ideia de que as cativações tenham contribuído para piorar os serviços do Estado. "Nenhum serviço público viu verbas diminuídas por causa das cativações", afirmou Mário Centeno, lembrando que na saúde houve aumento de 6.500 trabalhadores e foram contratados mais 3.500 professores.

"Para incutir confiança nos agentes económicos temos que cumprir, sem prejudicar as funções essenciais do Estado", reforçou.

"Estamos melhor. Não estamos a salvo de tudo"

Centeno afirmou que Portugal está hoje mais resiliente do que há um ou dois anos, pois "temos a dívida numa trajectória de descida, o sistema financeiro está estabilizado e o saldo orçamental e o saldo estrutural estão a cair todos os anos".

"Estamos melhor, não estamos a salvo de tudo, temos de continuar", disse Centeno, advertindo que o ciclo de baixa taxas de juro vai inverter-se, mas o "país está hoje muito melhor preparado para flutuações cíclicas normais".

Numa entrevista onde voltou a abrir a porta à nomeação como presidente do Eurogrupo – a "ideia é alterar algumas das dimensões políticas que hoje ainda não estão materializadas na europa – Mário Centeno revelou que a título pessoal defendeu que os políticos devem ter mandatos limitados.


Centeno admite Eurogrupo se "for benéfico para Portugal"
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Mário Centeno admite liderar o Eurogrupo "se for benéfico para Portugal e se puder continuar como ministro das Finanças", porque: “foi esta a missão que assumi”, disse em entrevista à Antena1.

Quando questionado se estava disponível para continuar como ministro das Finanças na próxima legislatura, Centeno revelou que "estamos muito longe dessa data". Mas acrescentou depois que "tenho da vida pública uma visão de limitação do tempo que todos devemos dedicar a esses cargos".


Centeno defende "limitação de tempo" nos cargos de ministros das Finanças
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Olhando para o futuro, desafiado a pensar numa próxima legislatura e num convite de António Costa para se manter no cargo, Mário Centeno responde, em entrevista à Antena1, que “há uma limitação de tempo nestes cargos


(Notícia actualizada pela úlitma vez às 14:05)

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