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Medina: “Não posso dizer que as pessoas não têm diminuição do poder de compra. Seria errado da minha parte”
O ministro das Finanças admite que os portugueses vão enfrentar este ano uma perda de poder de compra, mas defende que o Orçamento do Estado tem medidas para ajudar as famílias com mais dificuldade.
"Não posso dizer que as pessoas não têm diminuição do poder de compra. Seria errado da minha parte", afirmou esta tarde no Parlamento o ministro das Finanças, sublinhando, no entanto, que a política do Governo é de "apoio aos mais desfavorecidos" e que o Orçamento do Estado tem medidas várias para mitigar o efeito do aumento dos preços.
Fernando Medina, que está numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2022, respondia a uma pergunta de André Ventura e elencou várias medidas previstas no Orçamento, como o desdobramento dos escalões do IRS, gratuitidade das creches, aumento da dedução para o segundo filho ou o alargamento do mínimo de existência, por via do qual haverá "mais de 177 mil famílias que deixam de pagar imposto".
O ministro das Finanças voltou a afastar um aumento de salários para a função pública, que, sublinhou, apenas beneficiaria o setor público, enquanto as medidas de desagravamento fiscal propostas "beneficiam a todos". Já anteriormente, em resposta a Duarte Pacheco, do PSD, o ministro insistira neste aspeto, sublinhando que havia carreiras congeladas há muito e que, desde que se iniciou o processo de descongelamento, "mais de 85% dos trabalhadores do setor público já beneficiaram disso". Com isso, e com o aumento previsto para este ano, "o aumento de remunerações é de 2,5% este ano".
André Ventura insistiu: "Vamos ou não perder cerca de 1% de poder de compra este ano e podemos ou não considerar que este é um OE de austeridade?
"O poder de compra depende do cabaz de consumo" de cada família e "não é possível definir um valor em concreto", respondeu o ministro, insistindo que "este Orçamento do Estado tem as respostas claras para os mais vulneráveis" e visando "os bens mais sujeitos a aumento".