Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Maria Luís deixa Orçamento quase sem almofadas

O Orçamento do Estado de 2015 incluiu 725 milhões de euros que poderiam ser gastos sem prejudicar as metas de défice. Até Novembro foram gastos 630 milhões e a dotação provisional ficou quase esgotada, estima a UTAO.

Maria Luís Albuquerque é a 6.ª Mais Poderosa 2015
Faz com o primeiro-ministro uma dupla unida pela forma de pensar e de actuar. Teve um papel determinante em todo o processo de resolução do BES e conseguiu evitar o protagonismo que seria politicamente negativo para o Governo. Conseguiu gerir o colapso de um
banco sem ser beliscada. Geriu o caso da lista VIP pela ausência. Maria Luís Albuquerque tem conseguido levar ao máximo o poder formal
de um ministro das Finanças. No PSD há quem veja nela qualidades para voos mais altos na política.
03 de Dezembro de 2015 às 18:29
  • ...

O anterior Governo gastou 278 milhões de euros das verbas inscritas como dotação provisional para pagar salários nos ministérios da Educação e da Justiça. Trata-se de mais de metade do valor anual incluído nesta almofada orçamental, o que eleva para 472 milhões a verba já gasta em 2015. Para Dezembro restam 61 milhões de euros, menos de um quarto do valor que foi necessário em Novembro. Conclusão: o novo Governo enfrentará o último mês do ano, decisivo para fechar 2015 com um défice inferior a 3% do PIB, quase sem almofadas orçamentais.

 

Os números são da UTAO e estão na mais recente nota de análise à execução orçamental, a qual também dá conta de que as metas de défice público para este ano estão em risco e que a economia nacional poderá crescer apenas 1,5%, abaixo da última estimativa do anterior Executivo.

 

No Orçamento do Estado, o Governo incluiu duas rúbricas de despesa que servem como almofadas para a gestão orçamental durante o ano: a dotação provisional (com 533,5 milhões de euros) e a reserva orçamental (com 411,9 milhões de euros). A primeira pode ser gasta na totalidade sem afectar a meta de défice de 2,7% do PIB (no fundo, é despesa que já se esperava gastar, faltava distribuí-la). A segunda, explica a UTAO, poderia ser gasta pela metade sem afectar o défice público.

 

Novembro exigente

 

O mês de Novembro revelou-se particularmente exigente a esgotar as almofadas, nota a UTAO. "No mês de Novembro a reafectação da dotação provisional foi de 278,3 milhões de euros, essencialmente para despesas com pessoal do Ministério da Educação e do Ministério da Justiça. Consequentemente, o montante reafectado no período Janeiro a Novembro de 2015 ascendeu a 472,3 milhões de euros, sendo a dotação remanescente para o mês de Dezembro de 61,2 milhões de euros", lê-se na análise dos técnicos a trabalhar no Parlamento.

 

Fica por perceber se as necessidades de Novembro se poderão repetir em Dezembro. Se assim fosse, não haveria dinheiro.

 

No que diz respeito à reserva orçamental, a margem é maior, mas nem por isso significativa. O Governo gastou 157,5 milhões de euros dos 411,9 milhões de euros inscritos nesta rúbrica. Restam 254 milhões de euros. No entanto, a expectativa inscrita no Orçamento foi a se gastassem apenas 215 milhões euros –com despesas acima deste valor a prejudicarem o défice orçamental. Considerando este limite, a almofada para 2015 fica em apenas 57,7 milhões de euros.

Contas feitas, a verba total em almofadas que poderia ser gasta sem prejudicar o défice público de 2015 ascendeu a 725 milhões de euros (750 milhões de euros de consideradas vendas para empresas publicas), dos quais foram gastos cerca de 630 milhões.

Ver comentários
Saber mais Orçamento do Estado Maria Luís Albuquerque UTAO.
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio