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UTAO: Estado precisa de cobrar mais 17 mil milhões em impostos para cumprir objectivos

Considerando a totalidade da receita, a UTAO estima que "será necessário arrecadar uma receita superior à obtida no período homólogo em cerca de 3.531 milhões de euros nos últimos quatro meses de 2016". O que "não se afigura verosímil".

Bruno Simão/Negócios
04 de Outubro de 2016 às 11:18
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O Estado tem de arrecadar 17.434 milhões de euros em impostos nos últimos quatro meses do ano para alcançar o objectivo de receita fiscal previsto no orçamento, calcula a UTAO, referindo que esta evolução "não se afigura verosímil".

Na nota sobre a síntese da execução orçamental das administrações públicas até Agosto, a que a Lusa teve hoje acesso, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) indica que "será necessário arrecadar 17.434 milhões de euros nos últimos quatro meses de 2016" para cumprir o objectivo incluído no Orçamento do Estado para 2016 (OE2016).

Este valor "representa um aumento de 1.462 milhões de euros face aos 15.972 milhões de euros obtidos em igual período de 2015" e, destes, 790 milhões são relativos a impostos indirectos e 672 milhões relativos a impostos directos", uma evolução que os técnicos independentes que apoiam o parlamento consideram que "não se afigura verosímil".

Considerando a totalidade da receita, a UTAO estima que, para se cumprir a previsão do OE2016, "será necessário arrecadar uma receita superior à obtida no período homólogo em cerca de 3.531 milhões de euros nos últimos quatro meses de 2016".

Este desempenho necessário "corresponde a uma taxa de variação homóloga de 13,2% entre Setembro e Dezembro", o que "contrasta com a redução de 0,2% registada até Agosto".

Quanto à receita fiscal, a UTAO escreve que, "com o contributo do mês de Agosto, a receita fiscal acumulada desde o início do ano passou a diminuir face ao período homólogo, ampliando-se a diferença para o crescimento previsto para o total do ano".

No OE2016, o Governo tinha previsto que a receita das administrações públicas com impostos crescesse 2,7% nos 12 meses, um comportamento que ficaria a dever-se ao aumento de 6,3% na receita dos impostos indirectos e a uma redução de 1,2% da dos directos.

No entanto, até Agosto, a receita fiscal diminuiu 0,9% (tinha aumentado 1% até Julho), sendo que "a taxa de variação homóloga acumulada dos impostos indirectos até Agosto foi de 4,3%" (abaixo dos 6,3% previstos) e a receita dos impostos directos registou "uma redução acentuada de 6,9% (-3,8% até Julho), a qual se deveu ao desempenho desfavorável da receita de IRC e de IRS".
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