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PS apoia renegociação da dívida pública
Socialistas apoiam uma redução de juros e extensão de maturidades. Insistem contudo que renegociar não é reestruturar, recebendo com cautela o manifesto de 70 personalidades que defende uma “reestruturação responsável” da dívida pública.
O Partido Socialista recebe com cautela o manifesto de 70 personalidades portuguesas que apelam a uma “reestruturação responsável” da dívida pública portuguesa, mas apoia uma renegociação de juros e uma extensão de maturidades dos empréstimos concedidos a Portugal pela União Europeia, na linha do defendido no documento que será publicado amanhã.
“O PS nunca utilizou a palavra ‘reestruturação’ da dívida”, começa por dizer ao Negócios Óscar Gaspar, assessor do Secretário Geral e Membro da Comissão Política e Económica do partido, acrescentando de seguida no entanto que os socialistas apoiam uma renegociação das condições dos empréstimos da UE e uma mutualização parcial da dívida pública na Zona Euro.
“O PS tem plena consciência do problema da dívida pública, que se tem agravado fortemente nos últimos anos, e por isso defende uma renegociação das condições associadas ao empréstimos, como aliás já aconteceu, nomeadamente a extensão de maturidades, que deveria ter ido mais longe, e uma redução adicional dos juros pagos”. O conselheiro de António José Seguro acrescenta que “defendemos também um fundo de redenção, como o proposto pelos cinco sábios alemães, que avança com a mutualização de dívida acima dos 60%”. Segundo o responsável, o partidos socialistas europeus aprovaram em Roma na semana passada um manifesto que inclui “a defesa de novos instrumentos de gestão da dívida”.
O Público avança hoje o conteúdo de um manisfesto assinado por personalidades de vários quadrantes políticos que defendem uma “reestruturação responsável” da dívida pública, por considerarem que o nível de endividamento, de 129% do PIB, é insustentável sem crescimento significativo. Os proponentes defendem pelo menos uma extensão da maturidade dos empréstimos europeus para “40 ou mais anos” e uma redução das taxa de juros suoprtadas pelo País. Sem reestruturação, defendem, “o Estado continuará enredado na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela via austeridade”, escreve o diário. O manifesto será divulgado amanhã.
O primeiro-ministro já criticou a iniciativa, sublinhando que “se que quisesse por em causa o financiamento destas políticas públicas subscreveria o manifesto e estaria a dar a mensagem errada”.