Notícia
Personalidades da esquerda à direita pedem reestruturação da dívida
Grupo de 70 notáveis subscreveu um manifesto apelando à reestruturação da dívida portuguesa.
Bagão Félix, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Manuela Ferreira Leite, Francisco Louça e Carvalho da Silva, são apenas alguns dos 70 nomes que assinaram o manifesto. A estes juntaram-se ainda empresários, patrões, académicos e constitucionalistas, para defender uma “reestruturação responsável da dívida”, avança esta terça-feira o jornal “Público”.
Com visões diferentes sobre a forma como Portugal deve lidar com a crise, mas com a opinião de que o actual valor da dívida pública é insustentável (rondava os 130% do PIB no final de 2013), estas personalidades juntaram-se num apelo comum por acreditarem que sem a reestruturação da dívida vai continuar a política da austeridade pela austeridade, impeditiva do crescimento e da criação de emprego.
Sem a reestruturação, antecipam, o Estado vai continuar “enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela via única da austeridade”, o que provocará, entre outras coisas, a degradação dos serviços do Estado, a queda da procura, uma maior precariedade laboral, a emigração dos jovens qualificados, dizem as personalidades no manifesto que será divulgado amanhã pelo “Público”.
Os subscritores do manifesto apelam assim a uma "reestruturação responsável”, no espaço institucional europeu, mesmo que a “contragosto” da Alemanha. A ideia é a dívida ser paga de forma mais suave e por isso sugerem uma “extensão das maturidades da dívida para 40 ou mais anos”. O grupo dos 70 propõe a reestruturação da dívida que exceda os 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma redução da taxa média de juros.