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Poiares Maduro: Reestruturação da dívida seria extremamente prejudicial para País
O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional considerou hoje que "qualquer opção de reestruturação da dívida seria extremamente prejudicial para o país", considerando que aumentaria os custos de financiamento do Estado no regresso aos mercados.
Depois de Poiares Maduro criticar a deputada do PCP Paula Marques pela "incapacidade de reagir a boas notícias", referindo-se à confirmação, pelo Instituto Nacional de Estatística, de que a recessão em 2013 ficou nos 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda considerou que "a notícia do dia" era a defesa, por 'ex-ministros da direita', da reestruturação da dívida portuguesa.
Em resposta ao deputado bloquista, o ministro-adjunto, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Poder Local, disse que "qualquer opção de reestruturação da dívida seria extremamente prejudicial para o país, porque qualquer indicação nesse sentido poderá imediatamente aumentar os custos de financiamento do Estado português no seu regresso pleno aos mercados".
Por outro lado, Poiares Maduro considerou que "a defesa da reestruturação da dívida pelo Bloco de Esquerda é paradoxal", porque ela seria "regressiva do ponto de vista social" e implicaria, como aconteceu na Grécia, "medidas ainda mais penosas ou a saída do euro", o que beneficiaria "os mais ricos, porque conseguem colocar o seu dinheiro fora do país, e prejudicariam quem tem menos meios".
Para o ministro, "o melhor para o país é fazer o que este Governo tem feito", como a "negociação das extensões da maturidade da dívida".
"É dessa forma que temos vindo a reduzir, de forma sustentada, o peso da nossa dívida pública", considerou, acrescentando que discussões como a da reestruturação da dívida "são penalizadoras para o país neste momento".
Cerca de 70 personalidades de vários quadrantes e de diferente ideologias políticas, entre elas os ex-ministros das Finanças do PSD Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, subscrevem um manifesto a apelar a uma reestruturação da dívida pública portuguesa, hoje noticiado pelo jornal Público.
O antigo ministro socialista das Obras Públicas João Cravinho, uma das 70 personalidades que assinou um manifesto a apelar à reestruturação da dívida pública, considerou hoje que essa é a única forma de Portugal sair da crise.