Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Programa do PS prevê mais receita e despesa no Orçamento

As negociações entre PS, Bloco de Esquerda e PCP resultaram num plano orçamental que corta menos na despesa e menos da receita do que o plano inicial do PS. Défice e dívida até baixam mais agora.

Miguel Baltazar
09 de Novembro de 2015 às 19:02
  • ...
O programa de Governo do PS apresenta um cenário orçamental em que a dívida pública e o défice orçamental baixarão mais do que no programa eleitoral. Este é um resultado do acordo às esquerdas que dita níveis de despesa e receita superiores aos previstos no documento que os socialistas levaram às eleições.

O PS tem defendido que cumprirá as regras europeias de redução de dívida e défice e que a negociação com os partidos à sua esquerda não colocaria em causa essa trajectória. No programa de Governo, já com as medidas acordadas com Bloco de Esquerda e PCP, os socialistas antecipam um défice orçamental sempre em trajectória descendente, e cortam no desequilíbrio das contas públicas do que previsto anteriormente. A dívida também baixa mais.

Agora, em 2019, o défice orçamental será menor em 0,5 a 0,6 pontos do que previsto pela Comissão Europeia (1,5% contra 2%), o que é quase o dobro dos 0,3 pontos previstos no programa inicial do PS. Na dívida pública passa-se o mesmo: segundo os socialistas, em 2019, o peso do endividamento do Estado estará em 112% do PIB, 5 pontos abaixo da previsão da Comissão Europeia (117% do PIB), uma variação que compara com o anterior corte de 3,4 pontos.

Este é o resultado de uma estratégia orçamental que prevê mais receita pública ao longo dos quatro anos (as negociações à esquerda ditaram o congelamento dos cortes previstos na TSU dos trabalhadores e empresas) e também mais despesa pública (o que resulta, nomeadamente, das pensões passarem a ser actualizadas contrariando o plano de congelamento inscrito no programa do PS).

O programa de Governo do PS continua sem incluir uma previsão de evolução do saldo orçamental estrutural. A redução de duas décimas do saldo global prevista para 2016 (de 3% para 2,8% do PIB) implicará, no actual cenário de crescimento, um agravamento da situação orçamental em termos estruturais (a que desconta o efeito da recuperação sobre as contas públicas).

A coligação do PSD e PP não chegou a apresentar um cenário macroorçamental nem para as eleições, nem para envio a Bruxelas no âmbito do semestre europeu, o que dificulta comparações entre duas as propostas políticas. A última previsão foi feita em Maio, no Programa de Estabilidade, e aí o governo antecipou um défice orçamental de 2,7% do PIB este ano e 1,8% do PIB no próximo, valores que ficam abaixo das previsões da generalidade das instituições internacionais.




Ver comentários
Saber mais Programa de Governo PS PCP Bloco de Esquerda défice dívida
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio