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Carlos César: "O PS não procurou ser Governo a qualquer custo"

Sendo decisivo haver uma maioria estável em apoio ao governo o PS ouviu todos e tomou a sua decisão, afirmou esta segunda-feira Carlos César, justificando o acordo à esquerda e garantindo que o PS "não recebe lições de europeísmo de ninguém".

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Carlos César, na sua estreia como líder parlamentar do PS, explicou hoje, no Parlamento, o acordo do PS à esquerda e a opção de fazer cair o Governo do PSD. "É tempo de mudar, tal como achamos que os portugueses eleitores disseram e é essa a missão escolhida pelo PS", afirmou o deputado, numa declaração política já na segunda parte da tarde de apresentação, no Parlamento, do programa de Governo do PS.

Afirmando que "o Parlamento é um espaço de representação cívica e não um campo de batalha. De convergências e de controvérsia, mas marcado pela concidadania" e que "quando os políticos divergem não se devem tornar inimigos", Carlos César cedo mudou de tom, para chegar onde queria: quem será governo será o PS e não o PSD e o CDS, que hoje ocuparam ainda a tribuna reservada ao Executivo.

"Quem se dá mal com a democracia não aceita a maioria", proclamou, concretizando que "só a direita que se dá mal com a democracia não aceita as opiniões contrárias". E a maioria, entende, não a da direita, mas sim a da esquerda.

Sobre as conversações à esquerda, e os "constrangimentos" apontados, afirmou que "o PS estudou e debateu apurada e longamente todos os aspectos confinantes com esses constrangimentos ao procurar com o BE, PCE e verdes acordos para um novo governo". E quanto aos compromissos internacionais do Estado Português, garantiu, "esses compromissos não são dos partidos, são do Estado e enquanto estiverem em vigor, vinculam-nos".

"O PS não recebe lições de europeísmo de ninguém"

Referindo-se, concretamente, às posições a assumir, no futuro, no quadro da União Europeia, e tendo em conta muitas das posições assumidas publicamente pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, Carlos César sublinhou: "O PS não recebe lições de europeísmo de ninguém".

E, no entanto, prosseguiu, "o Governo terá de passar a ter uma voz activa na europa, na defesa dos interesses do nosso pais e do projecto da Europa", até porque "há hoje espaço na europa para que o debate se faça e port volte a figurar no lado certo do debate da história da europa".

E porque quer afinal o PS ser Governo? "Em presença dos resultados eleitorais dissemos que competia à formação política mais votada formar governo, mas que, em caso de insucesso de tais esforços, não deixaríamos Portugal sem Governo ou com um governo inibido nos seus poderes", referiu Carlos César.

E, com a coligação, verificou-se uma "incompatibilidade persistente" e, quer "na campanha, quer depois das eleições, ambas as formações politicas tiverma mais razões para se distinguirem do que para se coadjuvarem".

"Se o PS tivesse ganho as eleições estaria aqui hoje com um programa de mudança e não de mera continuidade retocada. Se tivesse ganho com maioria absoluta, poderia não estar a discutir com a mesma profundidade com o PCP e com o BE, mas estaria a propor-se governar com um programa muito semelhante" garantiu.

Hugo Soares diz que os "derrotados unidos jamais poderão ser vencidos"

O deputado do PSD, Hugo Soares, recorreu à adaptação de uma frase de ordem, popularizada no pós-25 de Abril, para criticar a atitude do PS que, apesar de perder as eleições, pretende constituir Governo apoiado pela esquerda parlamentar: "Derrotados unidos jamais poderão ser vencidos", foi a frase escolhida para terminar a sua intervenção.

Hugo Soares dirigiu-se a Carlos César perguntando se afinal "foi tudo tão mau" quanto pareceu evidenciou o presidente do PS no seu discurso. Então "como é possível a coligação Portugal à Frente ter ganho as eleições de 4 de Outubro?", perguntou o antigo líder da JSD.

Para Hugo Soares há "duas coisas que estão muito claras para todos os portugueses". A primeira é que "a democracia só se respeita quando se respeitam os resultados eleitorais" e a segunda é a de que "não houve pontos de convergência entre estas bancadas [do PSD e do CDS] e o PS, não por falta de esforço ou compromisso, mas pela ânsia do doutor Antonio Costa chegar a primeiro-ministro. Custasse o que custasse".

"Foi um simulacro de negociações que os senhores quiseram promover", finalizou Hugo Soares.

(notícia actualizada às 19:35 com mais citações)
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