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Paulo Trigo Pereira: "Não há riscos de euforia com esta equipa das Finanças"

O deputado do PS garante que o Ministério tutelado por Centeno sabe que as dificuldades "ainda não estão ultrapassadas" e espera que o Governo "não embarque" no agravamento fiscal às empresas, pretendido pela esquerda.

25 de Maio de 2017 às 14:45
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Paulo Trigo Pereira assegurou esta quinta-feira, 25 de Maio, que à frente do Ministério das Finanças há "uma equipa preparadíssima" e que, por isso, "não há riscos de euforia" em relação aos recentes indicadores positivos ao nível do crescimento económico ou da redução do défice.

 

Lembrando que conhece bem alguns dos mais destacados membros da equipa das Finanças, como Mário Centeno, Rocha Andrade ou João Leão que integraram consigo o grupo de economistas que preparou o programa económico dos socialistas, admitiu que "as coisas ainda não estão ultrapassadas" e até elencou os três maiores constrangimentos: o "excessivo" rácio da dívida no PIB; um sistema de Justiça que "não é eficiente"; e o sistema financeiro e o crédito mal parado, que terá uma solução "até ao final do ano".

 

E o que pensa o professor catedrático do ISEG, que António Costa convidou para integrar as listas de deputados, das proposta à esquerda do PS para compensar uma descida do IRS com a subida da derrama estadual para as empresas, um cenário que o primeiro-ministro não enjeitou? "Sou contra isso. Espero que o Governo e o Ministério das Finanças não embarquem nisso", respondeu.

Durante uma conferência no Porto, em que o CEO da Coface admitiu que "fazer precisões é cada vez mais difícil", Paulo Trigo Pereira reconheceu que "vai haver alguma folga" orçamental devido ao aumento das receitas fiscais acima do previsto, que até pode "permitir algum alívio no IRS sem um agravamento fiscal para as empresas". Ainda assim, sustentou que o IRC "não é a questão fundamental" para os empresários portugueses, mas aspectos como a simplificação administrativa ou o sistema judicial.

 

"Se se tiver de fazer, que seja alguma coisa no IRS. Mas não sou defensor de uma baixa de impostos. De nenhum", resumiu, contrapondo que é preciso continuar a captar receitas para inverter a perda de qualidade dos serviços públicos e por haver "carências de despesa" para garantir os pagamentos a fornecedores ou as funções soberanas do Estado.

 

Ser ou não ser geringonça, eis a questão

 

Puxando dos cálculos e das simulações, o deputado independente eleito pelo PS estima que o crescimento económico ficará entre 2,4% e 2,8%, com "margem para ir mais acima", que o défice "não será superior a 1,5%" e que o rácio da dívida no PIB "vai começar a diminuir". No plano político, já antes tinha garantido que o Executivo socialista, apoiado pelo Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes, "está a fazer exactamente o que disse que ia fazer".

 

Esta breve análise política surgiu em resposta a Jorge Ribeirinho Machado, que minutos antes dissera que está "muito contente com a geringonça, principalmente porque está a fazer a política que disse que não ia fazer". O professor da AESE Business School confessou "[ter] medo que se olhe para trás e se pense que tudo já passou" e que "se recomece a pedir dinheiro emprestado para depois não pagar".

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