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OCDE: risco de deflação persiste na Zona Euro

Neste contexto, o aumento do investimento, tanto público como privado, tem "especial urgência na Europa", alerta a organização.

Bloomberg
10 de Junho de 2016 às 10:03
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A economia e os preços estão a crescer na Zona Euro, mas as restrições que persistem no crédito devido ao peso do mal-parado na banca aliadas ao risco de um arrefecimento da economia mundial decorrente de uma desaceleração mais forte da China fazem com que "um longo período de baixa inflação ou mesmo de queda de preços, não possa ser descartado". Neste contexto, "o aumento do investimento, tanto público como privado, tem especial urgência na Europa, onde a formação de capital ainda está bem abaixo dos níveis pré-crise".

 

O alerta é repetido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no seu relatório anual sobre a Zona Euro, depois de, no início deste mês, ter revisto em baixa as previsões de crescimento para 1,4% - uma desaceleração face aos 1,5% de 2015 e menos 0,4 pontos percentuais do que antecipava em Novembro. Para Portugal, a OCDE prevê um crescimento de apenas 1,2%, que compara com os 1,8% assumidos pelo Governo.


"Há uma considerável incerteza sobre a projecção para a inflação, e um mais longo período de baixa inflação ou mesmo de queda dos preços, não pode ser descartado". A verificar-se, esse contexto poderá "tornar os encargos da dívida mais difíceis de gerir" e, para os países mais atingidos pela crise, como é o caso de Portugal, "seria ainda mais difícil recuperar competitividade, o que atrasaria a recuperação", escreve a OCDE no relatório tornado público nesta sexta-feira, 10 de Junho.

Nele, a organização sedeada em Paris aconselha o BCE a manter juros próximos do zero, pede medidas concertadas ao nível europeu para apoiar a procura agregada, insistindo com os países excedentários (caso da Alemanha) para que invistam mais. Ao mesmo tempo, que pede aos governos dos países que menos crescem mais empenho em reformas estruturais e tributárias orientadas para o aumento da competitividade.


Repetindo um apelo recorrente, e que tem sido lançado por diferentes organismos, incluindo o BCE, a OCDE refere que, ao invés, um progresso mais rápido em reformas fiscais e estruturais deverão aumentar o crescimento face ao que está previsto. "De particular importância são acções orçamentais colectivas dentro das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento para impulsionar o investimento e o crescimento", sublinha a instituição, referindo-se designadamente ao plano Juncker.

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