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OCDE: Economia global presa na armadilha do baixo crescimento

A OCDE cortou as previsões de crescimento para a economia da Zona Euro e outras regiões do globo, alertando para a necessidade de serem implementadas mais medidas ao nível orçamental e de política monetária.

Bloomberg
01 de Junho de 2016 às 10:04
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"A economia global está presa na armadinha do baixo crescimento que vai exigir a aplicação de medidas coordenadas e abrangentes na área orçamental, política monetária e reformas estruturais."

 

É desta forma que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) inicia o seu resumo do "Economic Outlook" de Junho, onde além deste alerta, corta as previsões para várias regiões do globo, com as maiores economias a registarem apenas crescimentos modestos.

 

É o caso da Zona Euro, que em 2016 e 2017 vai crescer menos duas décimas do que o antecipava a OCDE em Novembro. As novas estimativas apontam para um crescimento de 1,6% este ano e 1,7% no próximo.

 

Para os Estados Unidos a OCDE antecipa uma "recuperação moderada" (crescimento de 1,8% este ano e 2,2% em 2017). Já o Japão continuará a crescer bem abaixo de 1% (0,7% em 2016 e 0,4% em 2017). E a China continuará a abrandar, passando para um crescimento de 6,5% em 2016 e 6,2% em 2017.

 

A Rússia e o Brasil vão continuar numa "recessão profunda", com a maior economia da América Latina a afundar 4,3% este ano e 1,7% em 2017.

 

Os 34 países que fazem parte da OCDE vão crescer a uma média de 1,8% este ano e 2,1% em 2017, de acordo com as novas projecções da instituição liderada por Angel Gurria.

 

"Gerações mais novas e mais velhas ficarão pior"

 

Devido a estas baixas taxas de crescimento do PIB nas principais economias mundiais, a OCDE apela a que sejam tomadas uma série de medidas para impulsionar o crescimento, "e sejam asseguradas as promessas que que foram feitas para os jovens e idosos".

 

"O crescimento está estagnado nas economias avançadas e abrandou em muitas das economias emergentes que desde a crise foram a locomotiva", salienta Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, acrescentando que a "baixa produtividade e o aumento de desigualdade representam desafios adicionais".

 

Daí que seja "urgente a adopção de uma política abrangente para assegurar que saímos deste ritmo de crescimento decepcionante e impulsionamos as nossas economias para níveis que salvaguardem os níveis de vida de todos".

 

"Se não tomarmos medidas para aumentar a produtividade e o crescimento potencial, as gerações mais novas e mais velhas ficarão pior", refere a economista-chefe da OCDE, Catherine L. Mann, reforçando que "quanto mais tempo a economia global ficar presa na armadilha do baixo crescimento, mais difícil será para os Governos cumprirem as suas promessas. O resultado será perspectivas de carreira mais sombrias para os mais jovens, que já sofreram tanto com esta crise, e rendimentos mais baixos para os futuros pensionistas".  

  

No relatório de hoje, a OCDE repete o apelo para que os países com maior margem de manobra orçamental reforcem o investimento público, "especialmente enquanto as taxas de juro de longo prazo" estiverem em níveis reduzidos.  

 

Além de todos estes alertas, a OCDE refere que há o risco de as suas projecções serem revistas ainda mais em baixa, já que há um conjunto de incertezas no horizonte. Uma delas é o resultado referendo para a saída do Reino Unido da Zona Euro. Em caso de "Brexit", o efeito negativo sentir-se-á em toda a Europa e o PIB do Reino Unido, em 2030, será 5% inferior ao que seria se continuar na União Europeia. 

cotacao Se não tomarmos medidas para aumentar a produtividade e o crescimento potencial, as gerações mais novas e mais velhas ficarão pior Catherine L. Mann Economista-chefe da OCDE

Zona Euro com maior défice e menos desemprego

 

No que diz respeito às projecções mais detalhadas para a Zona Euro, a OCDE também piorou as estimativas para o saldo orçamental, estimando agora um défice de 1,8% do PIB no conjunto dos 19 países da moeda única para este ano e de 1,4% para o próximo, quando em Novembro previa défices de 1,7% e 1%, respectivamente.

 

As perspectivas para a dívida pública foram melhoradas, com a OCDE a estimar que desça para 92,4% este ano e para 91,3% no próximo (contra os 93,1% em 2016 e os 91,4% em 2017 estimados em Novembro). Também a previsão para taxa de desemprego melhorou: em Novembro, a OCDE previa que ficasse nos 10,4% este ano e agora estima que desça para os 10,2%. Para 2017, a organização mantém a previsão de 9,8%.

A apresentação da OCDE com o "Economic Outlook" de Junho:




No mapa em baixo estão as projecções da OCDE para todos os países:
 

 


(notícia actualizada às 10:30 com mais informação)

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