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Moody’s: Governo sem maioria pode complicar reformas em Portugal

A agência de notação financeira tem dúvidas sobre a possibilidade de o PS e o Governo chegarem a um entendimento sobre as reformas necessárias no sistema de pensões.

Bloomberg
06 de Outubro de 2015 às 12:32
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A Moody’s considera que a vitória da coligação Portugal à Frente nas eleições legislativas em Portugal deverá possibilitar que o país continue com o foco na implementação da consolidação orçamental.

Contudo, dado que o PSD e o CDS perderam a maioria no Parlamento português, a agência de notação financeira teme que a existência de um Governo minoritário "complique a implementação de mais reformas estruturais".

É esta a preocupação que está destacada no relatório que a Moody’s publicou esta terça-feira com a análise aos resultados das eleições em Portugal: "Perda de maioria complica os esforços das reformas estruturais e orçamentais".

O Partido Socialista, que ficou em segundo lugar com 32,4% dos votos, será o aliado mais provável do potencial novo Governo liderado por Passos Coelho, mas a Moody’s adverte que será difícil consensos em várias áreas, destacando a Segurança Social.

"Apesar de o líder do PS ter aberto a porta a apoiar o Governo em determinados casos para assegurar a estabilidade política em Portugal, não é claro se o Governo e o PS conseguirão chegar a acordo na reforma do sistema público de pensões.

Esta é uma "reforma que o Governo pretende implementar em 2016" e que a Moody’s considera "positiva", devido ao "impacto orçamental" e também porque daria uma indicação que as autoridades portuguesas "permanecem comprometidas com melhorias orçamentais permanentes e estruturais".

No âmbito da possibilidade de acordos entre o PS e o novo Governo, a agência de notação financeira destaca que o primeiro teste vai ser dado com a apresentação e aprovação do Orçamento do Estado para 2016.

A Moody’s reconhece que o governo tem tido sucesso na estratégia de redução do défice, mas adverte que o "actual ciclo de recuperação da economia portuguesa não deverá ser suficiente para alcançar o objectivo do défice para 2016", que assim deverá ficar acima de 2,8% do PIB.     

O baixo potencial de crescimento da economia portuguesa é outra das razões que complica o objectivo de redução da dívida pública, assinala a Moody’s, lembrando que esta está em "níveis muito elevados" (128,7% do PIB em Junho de 2015) e só recentemente começou a descer.

Para a Moody’s falta ainda perceber quais os efeitos no crescimento económico das reformas estruturais que já foram implementadas. Assinalando que o elevado nível do crédito malparado e do endividamento das empresas ainda pesam de forma negativa na economia portuguesa, a agência estima taxas de crescimento "moderadas" para este ano e 2016. As perspectivas da agência apontam para uma taxa de crescimento do PIB de 1,7% em 2015 e 1,8% em 2016.

A Moody's atribui a Portugal uma notação de "Ba1", com uma perspectiva "estável". Este é o último nível da categoria de "não-investimento".


(Notícia actualizada às 12h40 com mais informação)   

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