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Luís Amado: "Um país com a dívida que nós temos não pode embarcar em visões muito facilitadoras"

O presidente do Conselho de Administração do Banif antevê fusões na banca nacional e internacional e pede que o problema do sistema financeiro nacional seja encarado "com muito bom senso".  

Sofia A. Henriques/Negócios
Negócios 06 de Dezembro de 2015 às 14:56
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Luís Amado, presidente do Conselho de Administração do Banif e antigo ministro do anterior Governo socialista, diz em entrevista à Antena 1 e Diário Económico, que não subscreve a "fórmula do fim da austeridade", uma vez que "um país com a dívida que nós temos não pode embarcar em visões muito facilitadoras no contexto exigente em que estamos do ponto de vista financeiro".

 

Ainda assim, Amado salienta que "não me choca que, dentro da margem muito estrita dos compromissos" orçamentais, seja implementado "algum estímulo do ponto de vista da procura interna.

 

Alerta contudo para o facto de ser mais importante este estímulo ser induzido pela via do investimento e não do consumo. Se a economia portuguesa ficar "apenas refém do aumento do estímulo do consumo, criará outros problemas do ponto de vista macro- económico que o país tem que manter e garantir".

 

Sobre o Governo de António Costa, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que ao "longo dos próximos meses vai ser posta à prova a sua capacidade de condução, liderança e autoridade sobre o seu bloco de poder no parlamento. E sobre a capacidade de reagir aos constrangimentos da situação europeia e internacional, condicionantes internas e expectativas da economia".

 

Para Luís Amado, "a única maneira de responsavelmente reagir a esse ambiente tão condicionador da vida nacional é garantir mais previsibilidade, mas certeza, mais segurança". Salientou ainda, na mesma entrevista, que é "absolutamente fundamental o bom senso e que se entenda a real situação em que o país se encontra, num curva perigosa de transição para um cenário de maior estabilidade de ponto vista macro-económico, que exige confiança da parte dos actores económicos".

 

"Muito bom senso" com sistema financeiro

 

Sobre o Novo Banco, Amado alertou que "é preciso encarar o problema do sistema financeiro com muito bom senso, com muita sensibilidade, porque de facto o sistema está num quadro de constrangimentos da sua actividade muito exigentes".

 

Luís Amado salienta que a actual situação do sistema financeiro europeu, pressionado por taxas de depósitos muito reduzidas, vai conduzir a fusões e aquisições. Explicando que só os bancos de maior escala e dimensão podem compensar a pressão sobre a margem financeira, através de um maior volume de crédito, fica imposto um processo de consolidação à escala nacional e europeia.

 

"Não vejo forma de se responder a uma situação de tanta pressão sobre a margem [financeira dos bancos] que esta política monetária do BCE tem imposto sem uma consolidação maior no sistema", disse Amado à Antena 1, perspectivando mais fusões em Portugal, mas também em Espanha, França e todos os outros países europeus. 

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