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Draghi acolhe "com agrado" disponibilidade do Governo para preparar um plano B
Durante a sua intervenção no Conselho de Estado desta quinta-feira, o presidente do BCE disse estar contente por "a Comissão Europeia considerar que o projecto de plano orçamental para 2016 não revelava um incumprimento particularmente grave" do PEC.
Já foi publicada no site do Banco Central Europeu (BCE), a intervenção de Mario Draghi durante o Conselho de Estado desta tarde. O banqueiro elogia o progresso conseguido por Portugal, mas nota que existem ainda desafios pela frente.
Na frente orçamental, o presidente do BCE assinala que os planos para este ano não mostram um incumprimento grave em relação às regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento. "Congratulamo-nos com o facto de a Comissão Europeia considerar que o projecto de plano orçamental para 2016 não revelar um incumprimento particularmente grave das disposições do Pacto de Estabilidade e Crescimento", afirmou Mario Draghi aos membros do Conselho de Estado e a Carlos Costa, também presente na reunião.
Além disso, disse também que o BCE acolhe "com agrado o compromisso das autoridades portuguesas em preparar medidas adicionais, destinadas a ser implementadas quando necessário" para garantir que Portugal não se deixa cair numa violação grave".
No seu discurso, Draghi deu especial atenção ao problema do desemprego, um indicador em que Portugal se tem destacado pela negativa em relação às outras economias comunitárias. Lembrou que, apesar de esta ser a geração com o nível de educação mais elevado de sempre, "os jovens estão a pagar um preço alto pela crise".
Sobre Portugal em concreto, apontou que "aproximadamente um terço da população activa jovem continua sem ter emprego". Um cenário muito prejudicial para a economia, porque está a impedir estes jovens, que estão dispostos a trabalhar, de "desenvolver as suas competências". "Para evitar criar uma 'geração perdida', precisamos de agir com rapidez", sublinhou.
Embora a economia nacional e europeia tenha enfrentado "factores económicos adversos", Draghi considera que "já são visíveis sinais de recuperação". Ainda assim, continuam a existir "desafios importantes", uma vez que "a área do euro continuar a ser negativamente afectada por um crescimento potencial reduzido e por um desemprego estrutural elevado".
O banqueiro deixou também um aviso para todos os países da Zona Euro que, falando em Portugal, tem mais força: "Não se justifica anular reformas anteriores. Para além de preservar o que já foi alcançado, são necessárias mais reformas no conjunto da área do euro, tal como indicado nas recomendações específicas por país de 2015, que identificam todos os anos quais são os principais objectivos com vista a responder às vulnerabilidades e à rigidez remanescentes."