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Blanchard: Saída do euro deve ser discutida, mas não faz sentido para Portugal
O antigo economista chefe do FMI discute no seu paper a saída de Portugal do euro como uma possível solução para os problemas estruturais da economia, mas acha que os custos seriam demasiado elevados.
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Ao contrário de Joseph Stiglitz, Olivier Blanchard acha que Portugal perderia mais do que ganharia com uma saída do euro. "Deve ser discutido. A minha posição é não ser dogmático. Se tiver um grave problema de competitividade externa, pode ser melhor sair", afirmou Blanchard, durante a sua intervenção na conferência "Portugal, from here to where", realizada esta manhã em Lisboa. O economista acha até que haverá um país do euro - possivelmente a Grécia - que poderá estar nessa situação, mas não é Portugal.
"Achamos que há bons motivos para, nesta altura, rejeitar esta opção para Portugal", escreve no paper que assina com Pedro Portugal, investigador do Banco de Portugal.
O seu argumento é que só faz sentido considerar essa opção se o problema de competitividade for muito grave e as reformas estruturais não estiverem a dar resultado. Portugal não se enquadra nessa descrição, porque, na opinião de Blanchard, "o problema de competitividade de Portugal foi largamente, ainda que não inteiramente, resolvido", o que significa que o principal racional para a saída desapareceu.
Isso não significa que não haja ainda problemas de arquitectura do euro, mas os custos dessa saída seriam demasiado elevados para resolver um problema que já não tem a mesma gravidade. "A transição tem custos gigantes. Faz sentido tentar ser bem-sucedido dentro do euro", afirmou na sua intervenção, esta manhã.