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Passos Coelho considera que "as coisas não estão a correr bem" com a Grécia

O primeiro-ministro português considerou na segunda-feira à noite que "as coisas não estão a correr bem" na procura de uma solução para a Grécia e afirmou esperar que o país se mantenha na Zona Euro.

Miguel Baltazar
12 de Maio de 2015 às 07:26
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Durante uma iniciativa da Juventude Social Democrata (JSD), em Cascais, em resposta a uma questão da audiência, Pedro Passos Coelho referiu ter lido "uma noticiazinha" sobre a última reunião do Eurogrupo, a partir da qual concluiu que "as coisas não estão a correr bem porque, se estivessem a correr bem, o que se diria era outra coisa".

 

"O que se está a dizer, no fundo, é que se está a trabalhar arduamente para se conseguir chegar a um resultado positivo, mas que esse resultado positivo não está visível. Eu espero sinceramente que ele possa ser alcançado", declarou. "Eu gostaria que a Zona Euro não tivesse de enfrentar nenhuma situação em que um país tivesse de abandonar o euro e, portanto, espero que isso não aconteça no caso da Grécia", acrescentou.

 

De acordo com o primeiro-ministro e presidente do PSD, as circunstâncias atuais da Grécia são "bastante mais difíceis do que há seis meses", o que "penaliza sobretudo os gregos, mas traz também muita apreensão e incerteza para a Zona Euro".

 

"Nesta altura, está-se simplesmente a discutir se é preciso ou não um terceiro programa de ajuda à Grécia, porque a Grécia não tem dinheiro. A economia em vez de estar a recuperar, está outra vez em recessão, a receita fiscal está a desaparecer, as necessidades de financiamento do Estado estão a aumentar", descreveu.

 

Segundo Passos Coelho, uma saída da Grécia da Zona Euro "não interessa seguramente aos gregos, não interessa a ninguém na União Europeia, não interessa a Portugal, nem à Espanha, nem a Itália", que apontou como "países que do lado das flutuações das taxas de juro a dez anos por exemplo têm revelado maior sensibilidade a esse problema".

 

Contudo, acrescentou: "Mas se algum problema vier a acontecer nós não estamos nas mesmas situações, circunstâncias, dificuldades em que estivemos em 2010, em 2011, em 2012 tão pouco, ou mesmo em 2013, que ainda estávamos à espera de poder concluir o nosso programa. Estamos em circunstâncias que nos permitirão enfrentar a volatilidade dos mercados sem stresse financeiro. E isso é muito importante, faz toda a diferença".

 

Apesar de defender que Portugal está mais capaz de enfrentar a instabilidade dos mercados, o primeiro-ministro dramatizou os efeitos a prazo de uma eventual saída de um Estado-membro da zona euro: "Isso significaria que, com pressão financeira ou sem pressão financeira, tornar-se-ia mais fácil no futuro que alguém equacionasse uma saída da zona euro também. E esse pode ser um processo muito desagregador da própria União Europeia enquanto tal, porque como sabem o euro é um projecto liderante da União Europeia".

 

"Se começarmos por abrir essa caixa de pandora que é a de um Estado decidir que não é assim, isso levará com grande probabilidade a elementos de fractura política, de incerteza institucional que podem ser desagregadores da União Europeia. Portanto, nós preferíamos que esse problema não se pusesse, sobretudo numa altura em que ainda há tantos candidatos interessados em entrar para a União Europeia e, dentro desta, para a zona euro", concluiu.

 

Antes, o chefe do executivo PSD/CDS-PP referiu que não tinha ouvido as palavras da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no final da reunião do Eurogrupo e que apenas tinha lido uma "noticiazinha" que dava conta de "alguns progressos nas negociações, mas não o suficiente para se pensar que estamos próximos de chegar a um acordo".

 

Passos Coelho considerou que essa era "uma forma muito polida de dizer que as coisas não estão a correr bem".

 

Em nome do Governo PSD/CDS-PP, afirmou: "Nós desejaríamos muito que houvesse uma solução para a Grécia que fosse compatível com o respeito pelas regras europeias, pelas regras da Zona Euro, e que o Governo grego achasse de acordo também com o mandato que tem".

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