A mais recente sondagem relativa às eleições gregas do próximo domingo, 25 de Janeiro, reafirma a probabilidade de vitória da coligação de esquerda radical Syriza. O partido de Alexis Tsipras alcança 31% das intenções de voto, seguido do Nova Democracia (ND), actualmente o maior partido da coligação governamental, que obtém 27%.

A sondagem conduzida pela Pulse para o site noticioso Action 24, citada pelo jornal grego Kathimerini, confirma que o Syriza aumentou a vantagem face ao partido do primeiro-ministro Antonis Samaris, que nas últimas semanas havia estabilizado na casa dos 3 pontos percentuais.

Em terceiro lugar surge o partido de centro-esquerda To Potami com 6%, seguido pelos neonazis do Aurora Dourada com 5,5% e pelo Partido Comunista Grego com 5%. Com 3%, percentagem mínima que garante a entrada no parlamento helénico, surgem os Gregos Independentes.

Com números que o deixariam fora da assembleia grega, está o Movimento para a Mudança (2,5%) do ex-primeiro-ministro e antigo líder do Pasok George Papandreou. A sondagem da Pulse mostra também que há ainda 7,5% dos eleitores gregos que se mantêm indecisos, número que permite perceber que apesar da tendência das sondagens, o resultado final poderá pender tanto para uma vitória do Syriza como do Nova Democracia.

Menos gregos temem um "Grexit" e mais querem consenso com a troika

A sondagem mais recente da Pulse mostra que há cada vez mais eleitores helénicos que querem estabilizar as relações com a União Europeia (UE) e com a troika. Se outros estudos mostram que cerca de 75% dos gregos pretendem que o país continue na moeda única europeia, o receio face a um "Grexit" (saída da Grécia do euro) está a diminuir. 32% consideram que não há nenhuma hipótese de o país abandonar a Zona Euro, enquanto 18% consideram que essa não passa de uma possibilidade "reduzida".

A esta expectativa não será imune o facto de Alexis Tsipras, cuja eleição é apontada pelo Nova Democracia como ameaçadora da continuidade do país no bloco do euro, ter reiterado nas últimas semanas que o objectivo do Syriza passa por manter a Grécia na Zona Euro.

Esta nova sondagem revela ainda que a percentagem de gregos que pretende que o próximo Executivo helénico alcance um consenso em futuras conversações com a troika subiu dos 41%, registados a 6 de Dezembro, para 61% nesta última sondagem, elaborada a 20 de Janeiro.

Gregos Independentes são o novo "pretendente" do Syriza

A crescente probabilidade de uma vitória do Syriza no próximo domingo tem aumentado o número de partidos disponíveis para uma formar uma coligação pós-eleitoral com o partido de Tsipras. Desta feita, segundo escreve o Kathimerini, são os nacionalistas Gregos Independentes a garantir que estão disponíveis para governar com o Syriza.

Estamos "absolutamente preparados" para governar com o Syriza, garantiu esta quarta-feira à noite o líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos.

"Podemos não estar próximos do Syriza em termos ideológicos, mas não pedimos que eles mudem de posições. Pedimos é que eles respeitem aquilo que nós dizemos e nós respeitaremos as suas posições", concretizou Kammenos.

Também Papandreou já havia revelado que o partido que criou no presente mês de Janeiro está disponível para uma coligação com o Syriza. Além disso, caso o partido de esquerda radical tenha de se coligar para formar governo, surgem ainda como eventuais candidatos a conversações o To Potami e o próprio Pasok, ideologicamente mais próximos do Syriza.

No entanto, o líder dos Gregos Independentes adiantou que rejeita qualquer hipótese de vir a integrar uma coligação que inclua o Pasok, o To Potami ou o Movimento para a Mudança.