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Grécia garante que tem dinheiro para pagar ao FMI e mais despesas em Abril

O ministério das Finanças grego, perante várias notícias contraditórias, garante que o país tem dinheiro para reembolsar o FMI em 450 milhões de euros na próxima semana e cumprir o pagamento das despesas deste mês.

16 de Abril – Lagarde recomendou à Grécia que não pedisse ao FMI mais tempo para pagar

“Embora o FMI seja uma instituição que funciona de acordo com regras, em que todas as opções estão disponíveis para todos os países, obviamente essa não é uma iniciativa que se adeqúe ou recomende na actual situação [da Grécia]. Nunca tivemos uma economia avançada a pedir adiamento de pagamentos”
Getty Images
03 de Abril de 2015 às 15:44
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O vice-ministro grego das Finanças, Dimitris Mardas, garantiu hoje que o país pode pagar as despesas deste mês, acrescentando que, por enquanto, as "coisas estão bem".

 

Em declarações à cadeia privada de televisão Skai TV, citadas pela agência noticiosa EFE, Mardas informou que com "base nos dados" actuais "podem-se pagar" as obrigações do estado grego.

 

A Grécia tenta assim contrariar as notícias de que o país ficaria de cofres vazios depois de pagar ao FMI, um cenário admitido esta semana por um ministro do Executivo de Tsipras, que tinha admitido não pagar ao FMI para ficar com dinheiro para salários e pensões. Citando fontes da UE, a Reuters noticiou quinta-feira que a Grécia ficaria sem dinheiro a partir de 9 de Abril, algo que Dimitris Mardas também negou.

 

Para avolumar a confusão sobre o quão vazios estão os cofres gregos, a revista alemã Der Spiegel cita Nikos Theocharakis, um alto funcionário do ministério das finanças, a admitir a possibilidade de o FMI não ser reembolsado a 9 de Abril.

 

O Ministério das Finanças também nega esta versão, bem como que Nikos Theocharakis tenha classificado a equipa de técnicos da troika de "completamente inúteis".  

 

Mesmo que consiga reembolsar o FMI a 9 de Abril, a Grécia permanece numa situação de ruptura financeira iminente até que consiga um acordo para receber mais fundos dos parceiros europeus. Para isso terá que ver aprovada a lista de reformas, que foi alterada depois da primeira versão ter sido criticada pelos responsáveis europeus.

 

O país terá de pagar na próxima semana 450 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto a factura total em Abril ultrapassa os 650 milhões, uma vez que se somam mais de 200 milhões em juros.

 

A Grécia terá ainda de substituir 2.400 milhões de euros de títulos do Tesouro que vencem em Abril.

Se o último leilão de títulos já foi problemático face à subida de juros, o país terá agora mais dificuldades de liquidez porque o Banco Central Europeu proibiu as entidades financeiras locais de comprarem dívida.

 

As decisões do BCE podem servir como pressão para o Governo de Alexis Tsipras chegar a um acordo com os credores para o desembolso de uma parte pendente da ajuda de 7.200 milhões de euros, dinheiro que pode evitar a bancarrota grega.

 

O país tem-se financiado a si mesmo desde Agosto quando recebeu a última tranche do resgate financeiro internacional.

 

Além do pagamento de créditos e juros, o Estado terá de pagar cerca de 1.700 milhões de euros em salários e pensões, um cenário que levou Tsipras a avisar os seus pares europeus sobre as escolhas que teria de fazer caso continuasse sem receber ajuda financeira.

 

Desde há algumas semanas, que a Grécia tem recorrido a operações de recompra e pedido fundos a entidades públicas como a Segurança Social e a agência de emprego.

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