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Grécia e OCDE assinam parceria para a aplicação de reformas

A Grécia formalizou esta quinta-feira um acordo de parceria com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a aplicação de reformas, incluindo no âmbito fiscal e da concorrência, e destinadas a demonstrar o seu empenho reformador.

12 de Março de 2015 às 20:57
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Num discurso em Paris perante os embaixadores dos 30 Estados fundadores e participantes da OCDE, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras considerou que este acordo vai ajudar o país a aplicar as suas próprias reformas e "não as impostas desde o exterior" e sublinhou que "para a Grécia o memorando da 'troika' está acabado porque essa é a vontade das pessoas".

 

O chefe do governo e líder do partido da esquerda radical Syriza, vencedor destacado das legislativas antecipadas de Janeiro, assinou o acordo de cooperação com este organismo que inclui as principais economias desenvolvidas do mundo, e que deverá permitir que Atenas e a OCDE cooperem em conjunto na elaboração de políticas transparentes nas finanças públicas, consolidação do emprego, reforço da competência ou combate aos monopólios.

 

Segundo Tsipras, o anterior governo de coligação grego Nova Democracia-Pasok foi alvo de "uma série de chantagens" e agora "não podemos continuar a fingir que não existe uma crise humanitária na Grécia" porque "os indicadores sociais demonstram que a justiça social está nos mínimos" devido a uma "desvalorização interna".

 

O primeiro-ministro helénico sublinhou que a Europa deve mudar e que a vitória do Syriza "deu esperança a milhões de pessoas que sofreram a austeridade na Grécia (...) mas também a milhões de pessoas que estavam a sofrer a mesma austeridade na Europa". Em simultâneo, advertiu contra os que "atuam como se os gregos não tivessem votado, e como se isso fosse irrelevante".

 

Tsipras considerou "indispensável" uma reestruturação da dívida do seu país para poder voltar a financiar-se no mercado de capitais e quando enfrenta uma escalada dos juros que tem de pagar aos credores internacionais, dos atuais 6,5 mil milhões de euros anuais até 20.000 milhões de euros previstos em 2022.

 

Nesta perspectiva, reiterou a ideia de vincular o reembolso da dívida à evolução do crescimento e explicou que, caso consigam sustentabilidade e uma "margem fiscal apropriada" poderão abordar as reformas que o país necessita para que não se "repitam as causas" que conduziram à actual situação.

 

"A assistência da OCDE é vital", porque entre outros motivos existe "um problema de desconfiança recíproca" entre a Grécia e os seus parceiros europeus.

 

Por sua vez, o secretário-geral da organização, o mexicano Ángel Gurría, referiu-se a um documento destinado a reforçar a relação da OCDE com a Grécia e recordou que o Governo da esquerda radical, no poder desde final de Janeiro, emitiu o seu primeiro apelo a esta instituição internacional.

 

Tsipras descolou-se ao conclave da OCDE acompanhado por vários membros do seu Governo, incluindo o responsável das Finanças, Yanis Varoufakis, que também se reuniu em Paris com o seu homólogo Michel Sapin.

 

Na sexta-feira, o primeiro-ministro grego deverá manter encontros separados em Bruxelas com o presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, e com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. 

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