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Grécia com buraco de 2 mil milhões de euros nas receitas do Estado

No dia em que o Governo grego designou o novo chefe da máquina fiscal do país, foram divulgados dados referentes à execução orçamental que apontam para um buraco 2 mil milhões de euros nas receitas colectadas.

Reuters
27 de Outubro de 2015 às 20:56
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No dia em que foi anunciado o novo nome do responsável pela máquina fiscal helénica da Grécia, foram divulgados os dados relativos à execução orçamental, até ao final de Setembro, e que apontam para um buraco nas receitas de 2 mil milhões de euros. Contudo, esta diferença diz respeito às metas revistas, caso contrário haveria um buraco próximo dos 5 mil milhões de euros relativamente à primeira versão do Orçamento do Estado para este ano.

 

Segundo o jornal grego Kathimerini, até ao fim de Setembro verificou-se um excedente orçamental primário de 3 mil milhões de euros, o que apesar de parecer uma boa notícia também se deve ao facto de o Estado grego, na sequência da crise política e financeira vivida durante o Verão, ter interrompido vários pagamentos.

 

De acordo com o Ministério das Finanças, actualmente a cargo de Euclid Tsakalotos, para equilibrar as contas gregas, as autoridades helénicas precisarão de arrecadar pelo menos 19,1 mil milhões de euros nos últimos três meses do ano. Até ao momento, as receitas líquidas estão nos 34,29 mil milhões de euros até ao final de Setembro, 2,05 mil milhões de euros abaixo da meta definida para o Orçamento do Estado em vigor.

 

Melhores notícias no que concerne à despesa pública. A rubrica da despesa estatal situava-se em Setembro nos 36,19 mil milhões de euros, menos 3,88 mil milhões do que a meta estabelecida e menos 1,89 mil milhões face ao período homólogo, altura em que estava ainda no poder a coligação governativa entre a Nova Democracia e o Pasok.

 

A quebra na receita e a incapacidade para a arrecadação de impostos, um problema endémico no país, é uma área, desde esta terça-feira, 27 de Outubro, a cargo de Franciscos Koutentakis. O antigo conselheiro económico do Syriza e do Governo liderado por Alexis Tsipras foi hoje escolhido para liderar o Fisco da Grécia.

 

No entanto, o Kathimerini adianta que, segundo o Ministério das Finanças, não será Franciscos Koutentakis, que chegou a fazer parte das equipas negociais helénicas nas conversações com os credores, a ocupar o cargo de secretário-geral do Ministério das Finanças, criado em 2012 quando estava ainda em vigor o segundo resgate concedido à Grécia.

 

Ou seja, não será ele a substituir Katerina Savvaidou, antiga funcionária da PricewaterhouseCoopers e nomeada ainda pelo Governo liderado pela Nova Democracia, para a chefia da máquina fiscal helénica, que foi afastada, na semana passada, por decisão unânime do Conselho de Ministros, que alegou desrespeito das suas obrigações e falta de empenho numa colecta fiscal mais agressiva para justificar a decisão. Desconhece-se ainda a designação da posição que Franciscos Koutentakis irá desempenhar.

As notícias não parecem animadoras para a Grécia, que também esta terça-feira viu um jornal alemão noticiar que o desembolso da primeira tranche prevista no programa de assistência financeira em vigor poderá ser adiado. Isto porque a implementação das reformas acordadas neste terceiro memorando estará ainda muito aquém do ritmo estipulado. 

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